A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) consignou hoje a obra de “Requalificação do Largo da Igreja de Almalaguês” à firma Conímbriga, Empresa de Construções Lda., pelo valor de 59.868,59 euros (c/IVA) e um prazo de execução de 90 dias. Além da reabilitação e modernização do espaço, a intervenção pretende limitar o acesso automóvel ao Largo da Igreja, que passa a ser essencialmente pedonal, restringindo-se o acesso automóvel ao estacionamento existente junto ao Centro de Dia. Será também possível o acesso ao Adro, mas apenas em casos de emergência ou de situação de mobilidade condicionada.
O presidente da CMC, Manuel Machado, acredita que esta obra tem muita importância para as pessoas de Almalaguês. O autarca destacou a “persistência” do presidente da Junta de Freguesia de Almalaguês, António Coelho, que juntamente com muitos habitantes da freguesia pugnou para que o melhoramento do largo fosse uma realidade.
Para Manuel Machado, “esta obra tem uma importância enorme para a valorização da comunidade de Almalaguês”. “No fundo, o que estamos aqui a fazer é uma intervenção no espaço público, articuladamente com a paróquia, com a comissão fabriqueira, com as entidades que intervêm no património cultural”, salientou, recordando que este largo fica nas imediações de um monumento classificado como interesse nacional.
Manuel Machado destacou que a empresa que venceu o concurso realizado com “toda a isenção e transparência” arrancou a sua atividade há muitos anos, em Almalaguês, recordando os seus criadores e o contributo dado por esta empresa para o melhoramento, nomeadamente no que diz respeito à criação de postos de trabalho.
Por seu turno, António Coelho agradeceu ao presidente da CMC e ao Gabinete de Apoio às Freguesias e “a todos os que trabalharam afincadamente” para que esta intervenção fosse avante. O presidente da freguesia evidenciou que esta intervenção irá dar “uma cara nova” a este local com história na freguesia.
O Largo da Igreja de Almalaguês privilegia, atualmente, a circulação rodoviária em detrimento da pedonal, com estacionamento desregrado e a presença de automóveis junto à escadaria da igreja.
O pavimento pedonal que atualmente está no largo é em calçada grossa de calcário, o que já por si só é irregular, mas o problema agrava-se devido às raízes das árvores existentes terem subido à superfície, provocando fendas e empenamentos. A proximidade excessiva entre as árvores, algumas já de certa idade, impede ainda o correto desenvolvimento destas e leva a deformações nas copas, minimizando, assim, a sua função de sombra.
O largo está rodeado pela Igreja Matriz, o Centro de Dia e a Creche e Jardim de Infância do Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Almalaguês e abarca ainda a Capela de S. Pedro (classificada como Monumento de Interesse Público). O espaço conta com um coreto, na sua zona central, que praticamente já não tem utilidade e os lancis de betão, que separam o pavimento rodoviário da calçada, estão também muito levantados, o que leva a que a área seja pouco convidativa à utilização pedonal.
A intervenção que agora avança prevê, precisamente, definir este largo como um espaço essencialmente pedonal. O projeto prevê, para tal, “eliminar a separação rígida entre peão e automóvel, por meio da utilização de um pavimento único, com um único acesso desnivelado (rampa) desde a via em betuminoso”, lê-se na memória descritiva.
O Adro da Igreja vai receber o tradicional pavimento em calçadinha, com desenhos a preto, e esse irá intersetar o pavimento em betuminoso colorido frio, adequado a pavimentos pedonáveis e clicáveis, em cor de areia rosada. Na zona rodoviária, será aplicada argamassa sintética colorida sobre o betuminoso existente, já que esse pavimento tem resistência à passagem de veículos, estando prevista a utilização frequente da carrinha de transporte de idosos do Centro de Dia.
O coreto central será demolido e serão removidas todas as guias e calçadas grossas da zona central. Já nas laterias, será reposta a solução existente de calçada grossa de calcário, com a entrada no Centro de Dia assinalada por meio de passadeiras em lajes de calcário rampeada, de modo a eliminar o degrau da soleira.
A maioria das árvores será mantida, nomeadamente duas mélias, uma magnólia persistente e arbustos que incluem um evónio e uma roseira de boas proporções, estando ainda prevista a plantação de duas tílias.
A zona triangular do largo vai, ainda, receber o Jardim das Oliveiras, por vontade da população e proposta do presidente de António Coelho, preservando, assim, a memória coletiva do local, que, antigamente, era um “campo” de oliveiras muito apreciado pela população. Os tradicionais bancos existentes serão recuperados e dispostos de modo a ser possível usufruir de sombra e definir zonas de espera e convívio.
A intervenção prevê ainda rede de rega, uma nova distribuição da iluminação pública e encaminhamentos de águas pluviais, mantendo-se as soluções de valetas em calçada de cubo em todo o largo.