O primeiro-ministro (PM), António Costa, esteve esta tarde em Coimbra, na sessão de encerramento do XXI Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros, onde garantiu que o governo apoiará, em 2018, a modernização do tecido empresarial com 2 mil milhões euros, o dobro da meta de 2017. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, também estiveram presentes no Congresso, que decorreu ontem e hoje no Grande Auditório do Convento São Francisco (CSF).
António Costa explicou que a meta para 2018 foi revista em alta pelo facto de, na primeira fase de candidaturas que visam o apoio ao investimento da modernização tecnológica das empresas, o Governo ter registado um número de concorrentes consideravelmente superior ao previsto. O Governo prevê agora que até ao final do ano se alcance a meta dos 1250 milhões de euros de investimento.
O primeiro-ministro prosseguiu a sua intervenção elogiando ainda a indústria portuguesa, pela sua enorme capacidade de iniciativa e de incorporação tecnológica. “O grande desafio da indústria é assumir-se como uma Indústria 4.0, e Portugal dispõe de uma elevada capacidade para formar novos técnicos” afirmou, adiantando que Portugal precisa “de criar 60 mil postos de trabalho nas áreas das tecnologias da informação e programação (…) para poder enfrentar este desafio, equiparando-nos aos mais avançados países da Europa”.
“Dos 242 mil postos de trabalho criados nestes últimos dois anos, um terço são destinados a quadros superiores, traduzindo-se num aumento das qualificações técnicas nas nossas empresas”, reforçou o primeiro-ministro.
António Costa abordou, também, a iniciativa Indústria 4.0 lançada pelo governo em parceria com diferentes entidades, incluindo a Ordem dos Engenheiros, com o intuito de mobilizar, nos próximos quatro anos, 4,5 mil milhões de euros (investimento público e privado) destinado a apoiar a inovação empresarial, dando assim continuidade ao crescimento da nossa indústria.
O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, Carlos Loureiro, abriu a sessão de encerramento com a apresentação das conclusões do encontro que reuniu, durante dois dias, a elite dos engenheiros em Coimbra.
Por seu turno, o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Mineiro Aires, destacou o sucesso e a importância do congresso, e agradeceu a todos os que o tornaram possível a sua realização. “Foi o mais importante Congresso realizado pela Ordem nos últimos 100 anos”, salientou.
Recorde-se que na intervenção de ontem, na sessão de abertura, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, afirmou que “Portugal, segundo o índice de economia e sociedade digital 2017 da Comissão Europeia, está acima da média da EU ao nível da competitividade digital e cresceu a um ritmo mais rápido do que a média dos EUA nos últimos anos”, salientando que “Coimbra também tem dado o seu importante contributo ao país”, no domínio das tecnologias da Indústria 4.0.
O presidente da CMC, destacou ainda o papel do Instituto Pedro Nunes (IPN), ao considerar que “temos várias empresas e serviços que competem com outras economias avançadas, europeias ou mundiais”, em Coimbra. O IPN, segundo o autarca, “ajuda Coimbra a estar no topo desta revolução industrial”.
No Congresso, onde se discutiram os novos desafios que a transformação digital está a trazer ao setor e à sociedade, estiveram ontem presentes o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins, o presidente do Conselho Diretivo da Região Centro da Ordem dos Engenheiros, Armando Silva Afonso, e o Comissário Europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, que proferiu a conferência inaugural do Congresso, entre muitas outras personalidades que por Coimbra passaram nestes dias.