Deste espólio foi elaborada a respetiva lista que conta com 85 itens – adianta-se na informação técnica -, considerando que o conjunto tem como valor pecuniário o montante de 456 euros. Este valor resulta de uma estimativa com base na investigação online de sites relacionados com os elementos em apreço, particularmente as obras impressas, assim como a instituição do valor simbólico de 1 euro a cada peça cujo valor de mercado não é possível de definir, nomeadamente após consulta ao Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior (MUSLAN).
Isabel Marques sugere, na sua comunicação, que possa ser criado no próprio Convento São Francisco, enquanto edifício que albergou a fábrica, um espaço de memória, nomeadamente à semelhança da pequena exposição patente, atualmente, no átrio da Câmara Municipal, precisamente com outros elementos associados à fábrica de lanifícios, com uma vitrina acompanhada por cartazes explicativos. Tal memorial, colocado em espaço de passagem privilegiado, onde possa ser apreciado pelos vários visitantes do Convento São Francisco, constituirá sem dúvida uma “mais-valia para o Convento São Francisco, para a autarquia e para a cidade de Coimbra”, afirma-se na informação dos serviços.
De recordar que o antigo convento seiscentista, mediante a extinção das ordens religiosas no século XIX, acabou, após algumas outras utilizações variadas, por vir a albergar um importante complexo fabril de têxteis: a Fábrica de Lanifícios de Santa Clara, posteriormente designada Peig, Planas e C.ª, entre 1888 e 1976. A partir de 1978 a fábrica passou a ser explorada pela Clarcoop e assim aconteceu até ao início da década de 1990. José Correia Marques foi um dos trabalhadores da fábrica de lanifícios, aí desenvolvendo a função de debuxador.