16 Fevereiro 2024

Dia do Acolhimento promovido pela PAJE foi assinalado hoje em Coimbra

Dia do Acolhimento promovido pela PAJE foi assinalado hoje em Coimbra

O Dia do Acolhimento, uma iniciativa que entrou na agenda em Portugal em 2022 através da Plataforma PAJE – Apoio a Jovens (Ex)acolhidos, foi hoje, dia 16 de fevereiro, assinalado em Coimbra, na Fundação Bissaya Barreto, com um seminário onde estiveram presentes mais de 150 participantes, entre personalidades da área da justiça, saúde mental, psicologia, famílias de acolhimento, jovens acolhidos e profissionais da área. A vereadora da Câmara Municipal de Coimbra responsável pelo pelouro da Ação Social, Ana Cortez Vaz, também marcou presença na iniciativa.

A Plataforma PAJE é uma associação sem fins lucrativos, com sede em São Martinho do Bispo, que tem o propósito de orientar, apoiar e formar jovens e adultos com vivência de acolhimento residencial, promovendo uma autonomização bem-sucedida, transições favoráveis e inclusão social. Desenvolve atividade desde 2016, tendo já dado resposta a mais de 400 de pedidos de ajuda, sendo a única entidade em Portugal que se dedica a apoiar jovens que cresceram em casas de acolhimento.

 

Recorde-se, ainda, que PAJE recebeu, no passado dia 13 de dezembro, o Prémio Direitos Humanos 2023, atribuído pela Assembleia da República. Uma distinção conferida pelo seu trabalho de promoção da inclusão social e laboral de jovens adultos, que viveram acolhidos em crianças, através do apoio em situações burocráticas quotidianas e também de psicológico e jurídico, realizado por profissionais voluntários com conhecimento e experiência. 

 

A Câmara Municipal de Coimbra tem apoiado a Plataforma PAJE. O executivo municipal aprovou, na sua reunião de dia 22 de maio 2023, a atribuição de apoio financeiro de 4.631,25 euros à PAJE, através da celebração de um Contrato-Programa de Desenvolvimento Social, de modo permitir que Coimbra continue a disponibilizar à população, nomeadamente aos jovens ex-acolhidos, respostas e serviços especializados direcionados para a inclusão social e laboral.

 

O presidente da PAJE, João Pedro Gaspar, contou, em declarações à LUSA, que a plataforma já apoiou jovens “em situações de desespero”, como fome, falta de medicação, alojamento, emprego, e ajudou alguns a sair da situação de sem-abrigo, prestando também apoio psicológico e na área da saúde mental. “Também visitamos jovens em prisões, e eventualmente somos a única visita que têm”, adiantou o responsável. A PAJE também presta aconselhamento em situações burocráticas do quotidiano, como ajudar preencher o IRS, até ser fiadora num contrato de arrendamento ou pagar a carta de condução a um jovem que precise, mas também na questão da integração profissional.

 

“São já várias dezenas de jovens que conseguimos de alguma maneira ajudar a colocar em termos de empregabilidade e, acima de tudo, a manter os empregos”, sublinhou o João Pedro Gaspar, acrescentando que “às vezes é fácil conseguir um emprego, mantê-lo é que é mais difícil, porque nem sempre são trabalhadas as questões do respeito pela hierarquia, do cumprimento dos horários, da responsabilidade e é todo esse trabalho” que a plataforma faz para que os jovens possam assegurar o seu posto de trabalho.

 

Questionado se têm aumentado os pedidos de ajuda de jovens que saem de instituições de acolhimento, afirmou que sim, mas ressalvou que pode dever-se à divulgação da PAGE e, em parte, por ter sido agraciada com o Prémio Direitos Humanos atribuído pela Assembleia da República no final de 2023. Por outro lado, realçou que há menos pedidos de jovens que saem de forma extemporânea da instituição: “Durante muitos anos sentíamos que havia muitos jovens que, na ânsia dos 18 anos [quando atingiam a maioridade] saíam e ultimamente temos notado que há menos casos”.

 

Segundo o responsável, esta situação pode dever-se ao facto de ter entrado em vigor a lei que permite o direito ao arrependimento. “Algum jovem que aos 18 anos queira sair do sistema de promoção e proteção, se as coisas não lhe correrem bem, pode pedir para reingressar”, revertendo assim “uma decisão que tantas vezes é uma decisão precipitada, porque 18 anos são 18 anos”.

 

LUSA/ CM de Coimbra

Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | Nuno Ávila

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