Exmo Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Coimbra, Dr. Luís Marinho
Sr. Reverendíssimo Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes
Senhores e Senhoras Deputadas à Assembleia da República
Srs. Ex-presidentes de Câmara e da Assembleia Municipal, cuja presença me apraz registar e muito me honra.
Sras. e Srs. Vereadores e Sras., Srs. Deputados Municipais e Srs. Presidentes de Juntas de Freguesia
Sr. Presidente da CIM-RC e demais autarcas presentes em representação dos municípios vizinhos
Sr. Presidente da Câmara de Quelimane, a quem dirijo um abraço irmão.
Sr. Vice-Reitor, em representação do magnífico Reitor, senhor Vice-Presidente do IPC, em representação, e senhor Presidente da DG da AAC.
Demais entidades Civis, militares e académicas, permitam-me que abrevie, sem desprimor para ninguém
Digníssimos Homenageados e suas famílias,
Distintos convidados e convidadas
Minhas senhoras e meus senhores
D. Isabel de Aragão, filha de D. Pedro III rei de Aragão e de D. Constança de Hohenstaufen, nasceu princesa, em Saragoça, no dia 4 de janeiro de 1271 e faleceu Rainha de Portugal em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336.
Se estivéssemos no hemisfério sul certamente estaríamos a comemorar o dia do município a 4 de Janeiro, até porque é mais encantador comemorar o nascimento do que a morte, mas os nossos antepassados consideraram que o dia 4 de Julho era mais propício à celebração de cerimónias. O clima de que agora desfrutamos, dá-lhes razão.
Depois de hoje de manhã ter participado na missa solene em honra da nossa padroeira, possível porque as cerimónias civis deixaram de ser marcadas em cima das cerimónias religiosas, faço questão de começar a minha primeira intervenção, como presidente da Câmara Municipal de Coimbra, neste dia 4 de Julho de 2022, prestando homenagem à nossa veneranda Rainha Santa, que tão bem representa Coimbra, uma rainha estudiosa e culta, com profunda consciência social e cívica, sensível, generosa e abnegada, reconciliadora e corajosa, capaz de fazer milagres, que deixou a sua indelével marca em Coimbra.
Uma palavra também dirigida aos nossos homenageados e seus familiares, recordando igualmente Cesário Silva. Também eles, com os seus diferentes perfis, prestigiam e ilustram Coimbra. A luta política, a ciência, a inovação, a saúde, a educação, a universidade, o CHUC, a economia, as empresas, a internacionalização, a dedicação, o empenho, o desenvolvimento, o trabalho, a diversidade, o prestígio, a paixão. Os elogios individuais já foram proferidos, pelo que, não os repetindo, subscrevo-os.
Contudo, permitam-me que mencione a atribuição da Medalha de Dedicação, Grau Ouro, a título póstumo, ao Dr. António Manuel de Oliveira Carvalho, simbolizando desta forma o agradecimento que publicamente entendo fazer a tantos trabalhadores camarários que, por demonstrarem excecional zelo e competência, constituem o garante do bom funcionamento desta gigantesca e complexa máquina que é a Câmara Municipal de Coimbra. Sem elas e sem eles, nada faríamos. A elas e a eles peço para que, a cada dia que passa, consigamos, em equipa, fazer mais e melhor, pois estamos a gerir um bem público e a casa da democracia da nossa bem-amada Coimbra, o que nos impõe enormes responsabilidades.
Sublinho o significado de estarmos aqui, na velha Praça do Comércio, a assinalar o dia do nosso concelho, em simultâneo com a realização neste espaço da Feira do Livro, casando história, cultura, leitura e património, numa aposta ganha, a avaliar pelos comentários que recebemos.
Esta Praça, a maior e mais bela praça da cidade, encantada pelos seus dois extraordinários templos religiosos, S. Bartolomeu, com o seu estilo barroco, e São Tiago, com o seu estilo românico, e ladeada de edifícios seiscentistas e setecentistas, outrora o grande centro comercial da cidade, onde já se localizou o Hospital Real de Coimbra, fundado por D. Manuel em 1504 e cujo edifício persiste, merece esta aposta da Câmara na sua revitalização, nomeadamente através da cultura.
Aliás, durante estes meses, este Executivo está a rever, em toda a linha, a intervenção da autarquia nas áreas da cultura e turismo, estando prevista para início de Outubro deste ano a apresentação pública de uma nova estratégia de médio-prazo para os próximos anos.
Pretende-se envolver, estimular, articular e agregar (são estes verbos o nosso mote maior), olhando à volta e dando espaço à energia criativa quer dos que vivem e trabalham neste território, quer daqueles que pretendem sediar-se aqui e apostar nas potencialidades e singularidades desta urbe inspiradora.
A nossa presença nesta deslumbrante Praça Velha, cada vez com mais vida e mais motivos de atração, simboliza o intenso investimento que a Câmara está e irá continuar a fazer para que volte a ser a Praça mais emblemática e enérgica de Coimbra, contagiando esta histórica e carinhosa ‘Baixinha’ de ruelas estreitas, cujos segredos e recantos, lojas e restaurantes e o icónico Salão Brazil, vale a pena descobrir e observar.
Hoje é um dia de festa, de exaltação e de celebração de Coimbra.
Por isso mesmo, quero agradecer ao Exército a GUARDA de HONRA a D. Afonso Henriques e D. Sancho I, na Igreja de Santa Cruz, primeiro Panteão Nacional, em Coimbra, dignificando o patrono do exército português e a cidade fundadora de Portugal e primeira capital do país. Poderão assistir ao render da Guarda, de hora a hora, hoje e nos dias 8, 9 e 10.
Dizem-nos que se sente a nova estratégia transformadora e uma renovada energia em Coimbra. Não somos nós as pessoas indicadas para o avaliar, mas esse o nosso desiderato, que só será possível com o envolvimento de todas as pessoas que amam este município, sejam ou não nele nascidos e independentemente do lugar onde vivem.
Precisamos de atrair mais investimento, empresas e emprego. Nesse sentido, garantimos uma via verde para o investimento e temos feito algo que nos dizem que nunca terá acontecido, unindo as principais instituições do concelho. Na Câmara, sempre que necessário e adequado, recebemos potenciais investidores em conjunto com a Universidade e o IPC. A união faz a força, a produção de talento é a nossa maior riqueza, pelo que não temos dúvidas que os bons resultados irão acontecer.
Todavia, esperam-nos grandes desafios. Depois da pandemia, sofremos os efeitos económicos e financeiros ainda mais gravosos da criminosa invasão da Ucrânia pela federação russa, governada por um psicopata ditador e imperialista. Manifesto a minha total solidariedade com o povo ucraniano e reafirmo que o mundo livre e democrático tem a obrigação de colaborar ativamente com Ucrânia na defesa dos valores ocidentais. Não tenhamos ilusões, não há espaço de diálogo possível, pois um psicopata não conhece a força da razão mas apenas a razão da força. Se não for parado agora, nada mais o deterá e as consequências serão ainda mais gravosas.
Os aumentos da inflação, do custo e escassez dos materiais, do preço da energia e dos combustíveis e do disparar do valor das obras, algumas na casa dos 50%, que todas as pessoas e instituições sentem individual e coletivamente, exigem-nos ainda mais rigor, diálogo, transparência e criatividade na governação camarária.
Por força destas circunstâncias, não vamos conseguir, este ano, fazer tudo o que nos propúnhamos, porém, com confiança, muito trabalho conjunto, coragem para cortar com hábitos do passado, libertando o enorme potencial de Coimbra, acelerando procedimentos, abrindo as portas da Câmara a todos e a todas, participando e internacionalizando a nossa cidade nas redes europeias adequadas à nossa condição, continuaremos a construir as bases para o crescimento e desenvolvimento sustentável do nosso concelho, em harmonia com a afirmação da CIM-RC como uma grande região metropolitana do país, a única que, além das áreas metropolitanas de Porto e Lisboa, preenche os critérios europeus para essa designação.
A deslocalização do principal aeroporto nacional para sul do rio Tejo, a confirmar-se, quando poderia deslocar-se no sentido do Centro do País, o que até teria mais lógica geopolítica e poderia efetivar-se em várias localizações possíveis, vem colocar novos e mais intensos desafios a esta Região, permanentemente relegada para terceiro plano, o que também vai exigir muito mais participação, ação e combate das CIMs e dos concelhos da Região Centro.
Não tenho dúvidas que é necessário unirmo-nos, criar e formalizar um fórum dos municípios da região centro, agregando as várias CIMs nesta organização, para defendermos de forma mais proficiente os nossos legítimos interesses. Basta de Portugal se reduzir às regiões metropolitanas do Porto e de Lisboa. Teremos de ser nós a criar a Região Centro que queremos e não esperar que o Governo central imponha uma regionalização eivada do centralismo do Estado, como está a acontecer com o processo de descentralização e com a não desconcentração do país. A História julgar-nos-á pelo que fizermos e pelo que não fizermos.
Mas hoje não é dia de política, é dia de festa municipal.
Por isso mesmo, convido-vos a viver intensamente as festas da cidade, com um riquíssimo e variado programa, quer civil, quer religioso, a visitar a Feira Popular de Coimbra, na margem esquerda, a acorrer às inúmeras festividades das freguesias e a visitar esta fantástica Feira do Livro, que tão bem se encaixa na maravilhosa Praça do Comércio.
Hoje temos a guitarra de Bruno Costa, com Cuca Roseta, Vitorino e André Sardet, às 21.30, no Jardim da Sereia, e, aqui mesmo, às 17.30, um concerto diferente com Sérgio Godinho e Filipe Raposo, seguido, às 19h, de uma performance poética de Pedro Lamares, com Filipa Leal.
Obrigado por terem vindo e sejam felizes!
Não há terra como a nossa. Viva Coimbra!
Viva Portugal!