As distinções honoríficas têm por finalidade homenagear publicamente pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, que contribuam para a elevação e dignificação da cidade ou que se distingam pelo seu reconhecido mérito, prestígio, cargo, ação, serviços ou contributos em prol da comunidade. O Regulamento Municipal das Distinções Honoríficas prevê, ainda, a atribuição da Medalha Dedicação, que se destina a trabalhadores municipais que durante, pelo menos, quinze anos tenham mostrado excecional zelo e competência no desempenho das suas funções.
Nesse sentido, o executivo municipal aprovou a atribuição da Medalha da Cidade, Grau Ouro, a Jorge Paiva e Norberto Canha; da Medalha de Mérito Cultural, Grau Ouro, a Rui Pato, Mário José Torres e a companhia Teatrão; da Medalha de Mérito Empresarial, Grau Ouro, à Lugrade; da Medalha de Mérito Solidariedade Social, Grau Ouro, ao Exército Português e à AMI; da Medalha de Dedicação, Grau Ouro, a Berta Duarte e João Garcia; e, por último, da Medalha de Dedicação, Grau Prata, a Zélia Gonçalves.
Jorge Paiva desenvolveu os seus estudos superiores em Coimbra, licenciando-se em Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra, tendo feito em Espanha o Doutoramento em Biologia pelo Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo. Atualmente aposentado, foi investigador principal e professor no Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, tendo também lecionado, como professor convidado, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, na Universidade Vasco da Gama, na Universidade de Aveiro, na Universidade da Madeira e no Instituto Superior de Tecnologia de Viseu e na Universidade de Vigo. Como bolseiro do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC) trabalhou durante três anos em Londres, no Jardim Botânico Real de Kew, e na Secção de História Natural do British Museum. Como ambientalista, é membro ativo de várias Associações e Comissões nacionais e estrangeiras.
Norberto Canha é hoje Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, sendo especialista em Cirurgia e Ortopedia pela Ordem dos Médicos. A par com a carreira hospitalar, o cirurgião ortopedista investigou, escreveu e colaborou em inúmeros artigos científicos de enorme relevância, que contribuem para o conhecimento e prática clínica e, consequentemente, para a melhoria dos cuidados de saúde nas áreas em estudo.
Rui Pato distinguiu-se não só na Medicina, mas também nas Artes. Começou a tocar viola ainda muito jovem e, enquanto frequentou o Liceu D. João III, integrou um grupo de fados. Foi nessa altura, com 16 anos, que o pai, jornalista e chefe da Delegação de Coimbra do “1º de Janeiro”, o apresentou a Zeca Afonso. Em 1962, estreou-se a acompanhar Zeca Afonso, por sua escolha, no disco “Baladas de Coimbra”. Rui Pato esteve na génese de todos os movimentos de renovação da música de Coimbra. Foi solista da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, pertenceu ao Grupo de Música de Câmara Carlos Seixas e compôs música para peças do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.
Mário José de Araújo Torres viveu e estudou em Coimbra a partir de 1953 e aí concluiu a sua instrução superior, licenciando-se em Direito em 1968. Após a sua jubilação, dedicou-se à recolha e à reedição de obras que se julgavam desaparecidas que, graças à sua persistência e paixão pela História de Coimbra, têm vindo a alcançar uma nova visibilidade. Até ao momento, reeditou mais de uma dezena de obras sobre Coimbra. A rigorosa recolha a que se dedicou em prol da literatura Coimbrã, da sua história e cultura, permite-nos rever textos de autores que em Coimbra desenvolveram a sua atividade, como a produção etnológica e pedagógica do poeta Afonso Duarte e a obra poética completa de António de Sousa.
O Teatrão, companhia profissional de teatro, foi fundado em 1994, dedicando-se à criação de espetáculos e atividades pedagógicas para a infância, inexistentes até então na cidade de Coimbra. Em 2008, o Teatrão assume a Oficina Municipal do Teatro (OMT), transformando este espaço num polo dinâmico de programação cultural, proporcionando à cidade espetáculos dos mais variados géneros e para diferentes públicos, iniciando um projeto que assenta na relação aberta e informal com todos os agentes, parceiros e públicos da cidade e do país, ampliando a sua oferta educativa e explorando diferentes formas teatrais nas suas criações. A OMT integra a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses e a Rede de Teatros de Programação Acessível.
A Lugrade – Bacalhau de Coimbra S.A. é uma empresa familiar de comercialização de bacalhau salgado seco e bacalhau demolhado ultracongelado e seus derivados, que iniciou a sua atividade em 1987. Com 768 referências de produtos à base de bacalhau, proveniente de todas as origens do Atlântico (Islândia, Noruega, Gronelândia e Ilhas Faroé), a Lugrade exporta para 22 países, desde a Alemanha ao Canadá, passando pelo Brasil, embora Portugal seja o principal mercado. A Lugrade é uma empresa de Coimbra com exposição internacional que prestigia a cidade e o país, posicionando-se nos cinco principais operadores do mercado nacional no seu setor.
O Exército Português é o ramo terrestre das Forças Armadas Portuguesas, encarregado — em conjunto com os outros ramos — da defesa militar da Nação. A História do Exército Português está diretamente ligada à História de Portugal, desde a sua fundação.
A Fundação Assistência Médica Internacional é uma ONG fundada em 1984, pelo médico-cirurgião Fernando Nobre, que é o seu presidente atual. A AMI foi criada para intervir em situações de crise humanitária ao nível mundial. Tem como missão levar ajuda humanitária e promover o desenvolvimento humano. A Fundação AMI, através da Porta Amiga de Coimbra, é a entidade indicada pelo Núcleo de Planeamento e Intervenção em Sem-Abrigo de Coimbra para gerir o Fundo Municipal de Emergência para População em Situação de Sem-Abrigo, que visa colmatar necessidades imediatas ao nível de medicação, alimentação, produtos de higiene, pagamento de taxas para aquisição de documentos, pagamento de deslocações/viagens, pagamento de acolhimento/pernoita pontual, pagamento de faturas em atraso, entre outros.
O executivo municipal aprovou, ainda, a atribuição da Medalha de Dedicação a Berta Duarte, que foi chefe de Divisão, na área da Ação Cultural e da Museologia, entre 1987 e 2014; e a João Garcia, que foi chefe de Divisão, na área de Planeamento, Estudos e Projetos Urbanísticos, desde 1987 até março de 2023. Por último, será atribuída a Medalha de Dedicação – Grau Prata a Zélia Gonçalves, trabalhadora do Município de Coimbra, integrada na carreira de Assistente Técnico, de fevereiro de 1980 a outubro de 2022, data em que lhe foi reconhecido o direito à aposentação. Estas distinções justificam-se pelo empenho e zelo que imprimia em tudo o que fazia, pela sua dedicação, o seu compromisso e a responsabilidade com o serviço onde exercia funções, bem como com as outras unidades orgânicas que lhe solicitavam colaboração, a sua elevada disciplina e ponderação, bem como o seu apurado sentido de responsabilidade e rigor.