As duas propostas foram feitas no âmbito do Revive, programa de requalificação de património do Estado para fins turísticos, num concurso que terminou em 31 de maio e que incluía a possibilidade de majoração da pontuação das propostas que previssem um espaço interior de 600 metros quadrados para a Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, a Anozero, que tem tido aquele monumento como ‘epicentro’ do seu programa.
Questionado pela Lusa, José Manuel Silva salientou que as duas propostas incluem a manutenção da bienal e referiu que ainda não sabe a dimensão do valor das propostas, tendo pedido informação sobre o processo à Turismo de Portugal.
Sobre se os 600 metros quadrados obrigarão a bienal a mudar o ‘epicentro’ do seu programa, o presidente da Câmara de Coimbra salientou que a Anozero “poderá expandir-se para outras áreas”. “A arte contemporânea é uma permanente redescoberta de espaços, de provocação da cidade e não depende de um espaço único ou de um epicentro, sem pôr em causa a importância que o Mosteiro tem tido como epicentro da bienal, que irá continuar a sê-lo, mas não na dimensão que tinha anteriormente”, vincou. Para o autarca, caso a bienal continuasse a ocupar grande parte do edifício tornaria “impossível a sua recuperação para qualquer outra atividade e levaria à degradação” do monumento. “As duas circunstâncias vão conjugar-se perfeitamente”, realçou.
José Manuel Silva avançou ainda que o Município está a procurar que o terreno dentro da cerca do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova “possa passar para a Câmara de Coimbra, ou num comodato de longa duração ou de forma definitiva”. “Queremos desenvolver aquele espaço murado, com uma localização magnífica e também pensando na arte contemporânea, mas num conceito mais alargado”, realçou, vincando que a autarquia já está numa “fase avançada de conversas com o Governo” em relação a esse mesmo terreno.
Segundo José Manuel Silva, o avanço do processo de requalificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova será “importante para a dinâmica económica, turística e cultural de Coimbra”. “Precisamos de mais oferta hoteleira. Há eventos que não se realizam em Coimbra por falta de oferta hoteleira e por falta de oferta hoteleira de qualidade. […] Nós precisamos de mais hotéis em Coimbra e um hotel que permite construir a narrativa a partir do Mosteiro de Santa Clara, com aquela beleza e localização, será uma mais-valia imensa para a cidade”, salientou.
LUSA/CM Coimbra