São mais de 60 fotografias a preto e branco, captadas e trabalhadas em laboratório por José António Quintanilha que vão ser apresentadas ao público na exposição “Enquanto o mundo se move”, que conta com a curadoria de José Maçãs de Carvalho. Fotografias que “são objetos que têm representações de outros objetos, de coisas retiradas do mundo. São ruínas, relíquias, representações, alegorias de uma história petrificada. Formam-se a partir das minhas imagens secretas, são elas que me fazem companhia quando me sinto sozinho”, explica Quintanilha sobre a sua obra.
O curador da exposição, José Maçãs de Carvalho, acrescenta, ainda, que estas fotografias “mostram objetos solitários que existem numa nova condição, muito para além da ruína romântica, e se constituem, porventura, como marcas de um real em transformação, perdidos na linha do tempo. Mostram objetos resistentes à passagem do tempo, num estado de suspensão ou levitação que criam uma atmosfera difusa, ora estranha, ora familiar”. As fotografias de Quintanilha, acrescenta o curador, “devem ser vistas numa perspetiva serial mais do que a partir do seu valor único, trazem uma sensação de perplexidade em relação ao acontecimento e à sua dimensão temporal. Como é que aconteceu? Que tempo é este? Um tempo do fragmento que assume a condição de citação para uma totalidade intangível”.
“Enquanto o mundo se move” é inaugurada no próximo dia 22 de setembro, às 18h00, na Sala da Cidade, com a presença do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva. A mostra vai estar patente na Sala da Cidade até 22 de novembro e pode ser vista de terça-feira a sábado, das 13h00 às 18h00.