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17 Janeiro 2024

Câmara Municipal pede apoio do ICA à Casa de Cinema de Coimbra

Câmara Municipal pede apoio do ICA à Casa de Cinema de Coimbra

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra manifesta-se solidária com a admissão da Casa do Cinema de Coimbra ao subprograma de apoio à exibição do Programa de Apoio ao Cinema do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), através de uma missiva em que junta a sua voz a mais de 40 distribuidores, produtoras e instituições na exigência da admissão da Casa do Cinema de Coimbra a este apoio e no pedido de revisão dos critérios definidos por esta entidade. Refira-se que o ICA, ao afastar a Casa do Cinema de Coimbra destes apoios, impede-a de receber um valor que pode rondar os 60 mil euros ao ano.

A CM de Coimbra classifica os critérios do ICA em vigor, que afastam a Casa do Cinema de Coimbra destes apoios, de castradores e geradores de desigualdades. Em causa, está o facto das atuais regras daquele programa determinarem que o acesso ao financiamento é exclusivo para empresas, vedando-o a associações, como é o caso da Caminhos do Cinema Português (CCP), instituição que dinamiza a Casa do Cinema de Coimbra, sala independente aberta desde 2021, em parceria com a Fila K Cineclube e o Centro de Estudos Cinematográficos.

 

A Câmara Municipal pede, assim, a alteração do regulamento, nomeadamente a abertura de candidaturas a associações, para permitir o acesso da Casa do Cinema de Coimbra àquele programa de apoio à exibição. Neste sentido, a edilidade junta a sua voz a várias entidades do setor, como as distribuidoras Cinemundo, NOS Lusomundo e Alambique, as produtoras Bando à Parte, O Som e a Fúria, Ukbar, Uma Pedra no Sapato, Terratreme, assim como a Associação Portuguesa de Realizadores, Associação Portuguesa dos Produtores de Animação, a Academia Portuguesa de Cinema, a Agência da Curta-Metragem Portuguesa, a Universidade de Coimbra, a Midas e os realizadores João Salaviza e Renée Nader Massera.

 

“Sendo a Casa do Cinema de Coimbra a única sala fora das áreas metropolitanas que promove cinema independente com exibições regulares toda a semana, 3 a 4 sessões por dia, 7 dias por semana, não se compreende como é que a forma jurídica do promotor deste projeto o poderá afastar de beneficiar de apoios públicos para a ação de exibição de cinema”, pode ler-se na missiva subscrita pela Câmara Municipal.  

 

O presidente da Caminhos do Cinema Português, Tiago Santos, explica, em declarações à agência Lusa, que a Casa do Cinema de Coimbra apenas pode ter acesso ao apoio à exibição em circuitos alternativos, cujo montante máximo é de 10.000 euros (no outro programa, o montante máximo foi, em 2023, de 57.500 euros), e que se destina, sobretudo, a associações na área “cineclubista”.

 

“Os resultados obtidos pela CCP-AACC são suficientes para atestar um compromisso profissional para com os espectadores e distribuidores, bem como parceiros institucionais, mas sobretudo com o cinema português, com a exibição do cinema independente, apostando com frequência na estreia de curtas-metragens e documentários nacionais”, defende a missiva.

 

A Casa do Cinema de Coimbra tem uma ação “de quase 365 dias por ano, com mais de 1.800 sessões”, indica Tiago Santos, em declarações à Lusa, cumprindo em meses o que é exigido, anualmente, pelas regras do programa. Em 2023, Casa do Cinema de Coimbra, que funciona no antigo cinema Avenida, teve um total de 21.739 espectadores e exibiu 95 filmes portugueses, cerca de 27% de toda a programação anual, sem contar com o festival Caminhos do Cinema Português.

 

A possibilidade de a Casa do Cinema de Coimbra ser admitida ao subprograma, com um patamar de apoio superior, permitiria “criar condições de maior estabilidade”, assim como capacidade para investir na própria sala de cinema, sublinha o responsável. “O trabalho demonstrado pela CCP-AACC com a Casa do Cinema de Coimbra mostra que é possível e que se deve apostar na abertura de mais salas de cinema dedicadas à promoção de produções independentes, permitindo uma maior circulação de obras portuguesas e europeias, e consequentemente promovendo a descentralização da sua exibição nas áreas metropolitanas que beneficiam do trabalho de salas de referência”, refere-se, ainda, na carta assinada pelo presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva.

 

LUSA | CM de Coimbra

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