“Em todos os concelhos atravessados pela alta velocidade vai haver pessoas afetadas e isso é inevitável. O que é necessário é garantir que essa afetação seja mínima e que as pessoas sejam devidamente recompensadas para poderem retomar as suas vidas no local o mais próximo possível de onde viviam com as mesmas ou até melhores condições do que as que tinham”, afirmou à Lusa o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva. Face à possibilidade de demolições, o Município criou um gabinete de apoio para acompanhar essas situações, tendo já recebido três munícipes.
No entanto, para o autarca, os efeitos positivos deste investimento para o concelho superam, em larga medida, os seus impactos negativos. A alta velocidade, para José Manuel Silva, é um investimento fundamental para Coimbra e tem de avançar “no mais curto espaço de tempo”. Este investimento já “vem a ser discutido há muitos anos e é essencial para Portugal avançar rapidamente com este projeto e, para Coimbra, é de uma importância estratégica”, vincou. O autarca recordou que a alta velocidade aproxima Coimbra “de dois aeroportos”, que passam a servir a cidade de “forma direta, com os mesmos tempos que acontecem em praticamente todas as cidades da Europa”. Para além de um aproximar ao Porto e a Lisboa, o projeto prevê também a construção de uma estação intermodal em Coimbra-B.
Para além dos impactos positivos associados à própria alta velocidade, a região poderá vir a ganhar com o descongestionamento da Linha do Norte, que será duplicada na chegada a Coimbra, notou à Lusa o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco (eleito por um movimento de cidadãos).
Naquele concelho, foi escolhida a opção que menos impactos trará e, mesmo com alguns prejuízos sobretudo em zonas de vinha, o município salienta que os benefícios suplantam os impactos negativos. “A nossa ligação a Coimbra tem de ser através da ferrovia. […] É fundamental a libertação deste corredor para a Linha do Norte ser uma linha mais urbana”, salientou.
LUSA/CM de Coimbra