Segundo a responsável, quando foi definida a área de intervenção do plano para a futura estação intermodal de Coimbra, que ficará onde hoje é Coimbra-B (também conhecida como Estação Velha), já havia uma preocupação em estender o plano até “à área de interligação à cidade”. Face à necessidade de coser o estudo urbanístico da Câmara de Coimbra para a frente ribeirinha, que engloba Coimbra-A (também identificada por Estação Nova), o arquiteto Joan Busquets decidiu “integrar tudo num mesmo estudo”. “Chegou-se à conclusão que os projetos tinham de ser compatibilizados e integrados, num estudo global, que está a ser repensado pelo arquiteto”, referiu Ana Bastos.
De acordo com a vereadora, a integração do estudo urbanístico apresentado pelo município em fevereiro de 2022 (e que já prevê uma nova ponte sobre o Mondego que dê resposta a uma futura expansão do ‘metrobus’ à margem esquerda) implica alguns ajustes e pormenores, mas mantêm-se “os princípios de base”. No trabalho do arquiteto Joan Busquets, que será apresentado a 15 de março, em Coimbra, está a ser estudada, entre outras questões, uma cortina verde que acompanhe o corredor do ‘metrobus’ entre a Estação Nova e o açude-ponte. Já no caso da própria Estação Nova, que irá fechar no âmbito da implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego, está prevista a construção de uma praça onde hoje é o cais de embarque de Coimbra-A, avançou Ana Bastos. Sobre a futura ocupação da estação, é “algo que está completamente em aberto”, disse.
O estudo do arquiteto Joan Busquets também irá incluir uma proposta de ocupação para os terrenos da Infraestruturas de Portugal (IP) que ficarão libertos após o fecho da estação, referiu Ana Bastos, recordando que a proposta da IP para aquele local não integrava ainda a mudança de paradigma que o município imprimiu para a zona, retirando a circulação rodoviária e apostando numa “zona de fruição e voltada para a socialização”. “A integração desses prédios da IP será feita numa morfologia mais ligada”, disse, defendendo que os terrenos não sejam apenas ocupados com prédios de habitação, mas com “usos mistos”, com espaços de comércio e de serviços.
O desenvolvimento do PPEIC encontra, neste momento, como grande condicionante a subida de dois metros da cota de cheia junto à ponte-açude, que “muda muito a forma de ver daquele espaço”, notou Ana Bastos. Com a alteração da cota, “não poderá haver caves, o que é limitativo quando pensamos numa estação intermodal”, notou. Nesse sentido, a Câmara de Coimbra tem tido algumas conversas com o Ministério do Ambiente para avaliar possíveis soluções para a construção de caves de estacionamento na zona “com algumas condicionantes”, aguardando uma resposta final do Governo.
A 15 de março, haverá uma sessão pública de discussão do PPEIC ao longo de todo o dia, com a presença do arquiteto Joan Busquets, anunciou a vereadora, na última reunião do executivo, a 5 de fevereiro. Nesse dia, haverá momentos “mais institucionais” e outros de debate, “abertos a todos os interessados”, referiu, na altura, Ana Bastos.
LUSA/CM de Coimbra