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5 Junho 2024

CM de Coimbra notifica APA para resolução da derrocada na margem direita da Praia Fluvial de Palheiros e Zorro

Uma derrocada na margem direita do rio Mondego, na freguesia de Torres do Mondego, está a colocar em causa a segurança de pessoas e de bens e a impossibilitar o acesso à Praia Fluvial de Palheiros e Zorro pela margem direta. A Câmara Municipal (CM) de Coimbra realizou uma vistoria técnica ao local, na sequência da comunicação da Junta de Freguesia das Torres do Mondego e os serviços municipais entendem que a responsabilidade da resolução do ocorrido é da Administração da Região Hidrográfica (ARH) Centro da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A própria Freguesia das Torres do Mondego tem reportado à APA vários problemas no açude, a montante da ponte pedonal, desde 2016. A autarquia notificou a entidade, solicitando uma reunião urgente no local, e solicitou a delimitação da zona afetada no leito do rio, para evitar situações que coloquem em causa a segurança de pessoas e bens. A via de acesso à praia fluvial encontra-se encerrada ao trânsito, por razões de segurança.

A plataforma de betão sobre a qual assentam os muros em gabião, construídos em 2016 na estrada de acesso à margem direita do rio Mondego, junto à Praia Fluvial de Palheiros e Zorro, encontra-se, neste momento, partida transversalmente, a uma distância de cerca de 20 metros do término dos muros, o que levou a que tenha colapsado e afundado. Essa ocorrência levou a que os módulos dos muros em gabião fossem arrastados, encontrando-se rodados e inclinados para o leito do rio, a ponto de poderem colapsar. A situação coloca em causa a segurança de pessoas e bens e impossibilita o acesso à Praia Fluvial pela margem direita, situação que não vai ser possível solucionar durante esta época balnear.

 

A ocorrência foi transmitida à Câmara Municipal pela Junta de Freguesia das Torres do Mondego, que solicitou o apoio da autarquia para a reposição da estrada e do muro. Contudo, depois de uma vistoria técnica ao local por parte dos serviços da Câmara Municipal, concluiu-se que a entidade que gere os recursos hídricos é que tem de liderar a resolução desta situação. A CM de Coimbra entende que a responsabilidade da resolução da situação é da APA, razão pela qual notificou esta entidade e solicitou que providenciassem a delimitação da zona afetada, no leito do rio, de modo a evitar a passagem de canoas junto às zonas instáveis e a minimizar a ocorrência de situações anómalas que afetam o espaço público e que coloquem em causa a segurança de todos.

 

Os serviços municipais avançaram com vários fatores que podem ter contribuído para o sucedido. Entres eles, está o facto de a Barragem da Aguieira estar na sua capacidade de máxima (99,2%) – informação avançada, no local, a 21 de maio, por um técnico da ARH – o que leva a que ultimamente sejam efetuadas descargas com caudais que, durante o dia, são da ordem dos 8m³/s e no período noturno atingem 400-600 m³/s.

 

Outro motivo prende-se com o facto do açude construído a montante da ponte pedonal se encontrar, há já alguns anos, danificado num troço localizado junto à escada de peixe, o que está a baixar, significativamente, a linha de água da Praia Fluvial e a redirecionar o fluxo de água em direção ao muro de gabiões, contribuindo para descalçar a sua fundação. Recorde-se que esta situação já tinha sido reportada à ARH Centro desde 2016, pela Junta de Freguesia das Torres do Mondego. Esta situação, lê-se no relatório da vistoria, leva a que o escoamento de água seja direcionado para junto das estruturas de delimitação da margem direita do rio, onde se verifica maior concentração dos volumes de água e aumento da velocidade de escoamento, com a consequente erosão do leito nessas zonas.

 

A situação originou o aparecimento de fundões que, segundo apurado pelos técnicos que estiveram no local a acompanhar os trabalhos de regularização das margens e leito do rio, têm cerca de (6-10m) nas imediações da lateral direita do pilar central da ponte pedonal, próximo da zona do açude danificado e do muro de gabião.

 

“A confirmar-se o descrito estará também em causa a estabilidade da fundação do pilar central da ponte. Pelas razões expostas, entende-se que a derrocada dos muros de gabião e consequente abatimento da via se deve única e exclusivamente à elevadíssima e anormal erosão resultante das descargas da Barragem da Aguieira, agravada pela situação dos danos existentes no açude. Saliente-se que a erosão resultante dos elevados caudais mencionados, provocaram, naturalmente, o desconfinamento das estacas de madeira que suportam a plataforma onde assentam os muros de gabião, tendo originado o seu colapso”, lê-se na informação municipal.

 

Os serviços municipais propõem que, no imediato, seja efetuado o corte do troço do muro de gabião afetado, garantindo que este troço seja desligado do troço estável, de modo a evitar a derrocada total do muro de gabião. Este trabalho, explicam, deve contemplar a remoção da pedra de granito que perfaz o enchimento dos cestos do gabião. A solução passa, depois, pela execução de trabalhos de averiguação da profundidade e extensão dos fundões existentes na lateral direita do pilar central da ponte e da zona ribeirinha confinante com o muro de gabião e inspeção subaquática para conhecer a situação do confinamento das estacas do pilar central da ponte, bem como das de apoio da plataforma do muro de gabião, assim como a reposição das cotas de fundo do leito do rio.

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