O projeto musical “Calíope”, liderado pela compositora e cantora Marta Hugon, volta ao palco, no próximo dia 7 de março, no Convento São Francisco, em Coimbra, com uma nova formação que conta com 70 vozes do Coro das Mulheres da Fábrica. O concerto pretende assinalar e celebrar o Dia Internacional de Mulher, que se celebra a 8 de março.
Um projeto no feminino, que pretende combater o facto da imagem da mulher ainda não estar muito associada a áreas como a produção ou autoria. “A imagem da mulher está muito presente na música, nomeadamente na pop”, designadamente no palco, mas isso não acontece em áreas como a produção ou nas autorias, afirmou. Estudos sobre a área autoral, consultados pela compositora, registavam uma quota de 30% de mulheres.
“Esta nova Calíope é a musa criadora, se quisermos, é nós sermos musas de nós próprias, e de uns dos outros. Este é um projeto no feminino, que celebra a mulher enquanto criadora e intérprete dos seus próprios temas, mas é um projeto conjunto, feito por mulheres e homens”, disse à agência Lusa Marta Hugon sublinhando que “este caminho do ‘empoderamento feminino’ se faz em conjunto”. Marta Hugon acrescentou, ainda, que todos os temas são de autoras, mas os arranjos musicais são de Luís Figueiredo, que assume também a direção musical.
Em Coimbra, o projeto vai contar com as suas criadoras, Marta Hugon, A Garota Não, Elisa Rodrigues e Joana Espadinha, e ainda com o Coro das Mulheres da Fábrica, um coletivo intergeracional de mulheres de Coimbra, que canta a tradição da polifonia feminina popular. A direção musical é de Luís Figueiredo, que estará ao piano e teclados, contando ainda com os músicos Maria Fonseca (trompete e flauta), Ana Isabel Dias (harpa), Sofia Queiroz (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).
A receita do espetáculo, que conta com o apoio da CM de Coimbra, vai reverter para a “Casa Femina”, um Centro de Acolhimento de Emergência para mulheres e meninas sinalizadas como vítimas de violência de género, nomeadamente casamentos infantis, precoces e forçados, e mutilação genital feminina gerida pela organização não-governamental Akto – Direitos Humanos e Democracia, que produz o concerto. A iniciativa conta, também, com o apoio da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.
O título escolhido para o projeto, “Calíope”, inspira-se na mitologia clássica grega, mas pressupõe, explicou Marta Hugon, a sua “subversão”, celebrando a transformação do mito da musa inspiradora num novo mito, o da musa criadora, propondo trazer para o disco e para o palco, “musas”, autoras e compositoras da língua portuguesa.
Os preços dos bilhetes são de 15€ (para o bilhete geral) e 10€ (para crianças até aos 16 anos). Os ingressos podem ser adquiridos aqui.
Recorde-se que, em outubro de 2024, a CM de Coimbra foi distinguida, pela primeira vez, com o prestigiado prémio “Viver em Igualdade”, atribuído pela CIG, em reconhecimento das boas práticas na promoção da igualdade de género, da cidadania e da não discriminação.
LUSA/CM de Coimbra
