“Que cultura para Coimbra?” é o tema do debate que amanhã vai decorrer, a partir das 18h30, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, com os candidatos pelo círculo eleitoral de Coimbra às legislativas do próximo fim de semana. Já estão confirmadas as presenças de Pedro Machado (AD), Pedro Delgado Alves (PS), Miguel Cardina (BE), Catarina Graveto (IL), Daniel Nunes (CDU), João Fontes da Costa (PAN) e André Carvalho (Livre). Até ao momento, falta a confirmação do candidatos do Chega. A moderação do debate está a cargo de Francisco Sena Santos e Filipa Queiroz.
De acordo com dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), disponibilizados pela Pordata, relativos a 2023, depois de Lisboa e do Porto, Coimbra é o município com mais espaços para espetáculos ao vivo em Portugal. Mas Coimbra não tem só equipamentos, eles são efetivamente usados. De acordo com a mesma fonte, Coimbra mantém a 3.ª posição no número de sessões de espetáculos ao vivo, tendo sido contabilizados 1728 espetáculos. O mesmo indicador dá conta de 500 espetáculos em Aveiro, por exemplo, 491 em Braga e 355 em Guimarães.
Além dos espetáculos ao vivo, Coimbra apresenta várias singularidades no panorama cultural nacional – por exemplo, tem um amplo espaço urbano classificado como Património Mundial pela UNESCO, organiza a maior Bienal de arte contemporânea da Península Ibérica e acolhe uma das mais importantes coleções de fotografia contemporânea. Na cidade, encontram-se, aliás, 10% dos equipamentos da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, incluindo os três espaços do CAPC (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra), a mais antiga instituição que se dedica à arte contemporânea no país, fundada em 1958.
Nas artes performativas, desde os seminais TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra) e CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra), passando pela experiência de semiprofissionalização da Companhia Bonifrates, e pelo trabalho continuado da companhia O Teatrão, ancorado em várias comunidades e territórios, a existência de companhias de teatro é surpreendente. Também na dança surgem cada vez mais projetos a conquistar espaço para criadores e públicos.
O trabalho de interligação entre Educação e Cultura está presente em vários projetos e em vários níveis de ensino, desde o Conservatório de Música de Coimbra ao Colégio das Artes e da Universidade de Coimbra.
A cidade dispõe de um total de quase três dezenas de espaços museológicos, incluindo um museu nacional, centros de arte e espaços patrimoniais com coleções visitáveis. São também quase 30 os coros existentes, entre profissionais e amadores, a provar a vitalidade da cidade que na música sempre foi berço de vanguardas, do jazz ao rock.
Coimbra tem duas bibliotecas com depósito legal, o que só acontece noutra cidade: Lisboa. Há mais seis bibliotecas com este estatuto (Porto, Braga, Évora, Funchal, Angra do Heroísmo e Rio de Janeiro). Os Caminhos do Cinema Português são o mais longevo festival dedicado à produção nacional na 7.ª arte.
Na arquitetura, a cidade apresenta-se como um percurso urbano que atravessa um arco temporal que começa ainda antes dos alicerces romanos do Criptopórtico do Museu Nacional de Machado de Castro e passa pelo arranjo das margens do Mondego ligadas pela muito premiada ponte pedonal Pedro e Inês.
Perante estes dados, impõe-se a pergunta “Que cultura para Coimbra?”. As respostas vão ser conhecidas na próxima quinta-feira, a partir das 18h30, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.