O concurso público para a realização da obra de requalificação do Museu Nacional de Machado de Castro foi lançado em março com um preço base de 1.677.900 euros (sem IVA). No entanto, ambas as propostas recebidas excederam esse valor em mais de 19%, sendo tecnicamente excluídas. A proposta da empresa Cacao Civil Engineering, Lda foi rejeitada por não apresentar os documentos obrigatórios, enquanto a da empresa AOF foi excluída apenas por ultrapassar o preço base.

Dado o interesse público e a urgência da intervenção, incluindo o aproveitamento do financiamento do PRR, e estando o valor proposto dentro do limite legal de 20% acima do preço base, o júri do concurso propôs a adjudicação excecional à AOF, ao abrigo do Código dos Contratos Públicos, o que será agora apreciado pelo executivo municipal.

A empreitada visa a renovação e a reparação de algumas patologias existentes no edifício, que sofreu uma intervenção profunda entre 2006 e 2012, sem lhe retirar as características atuais. O projeto refere um conjunto de trabalhos a realizar, nomeadamente a substituição dos revestimentos de pavimentos, caixilharia e estores; a introdução de linhas de vida e telhas passadeira nas coberturas de telha; o estudo de ventilação do espaço entre o envidraçado do “cubo” e os espaços adjacentes; a alteração do teto na copa e no corredor de entrada da cafetaria; substituição do sistema de fixação dos degraus da escada de caracol de apoio à cozinha; a limpeza e restauro de fachadas; e a limpeza de coberturas de pedra.

Recorde-se que em novembro de 2021, a CM de Coimbra e o Governo, por intermédio da Direção Geral do Património Cultural e da Direção Regional de Cultura do Centro, formalizaram o contrato interadministrativo de cooperação com o objetivo da autarquia promover a requalificação do Museu Nacional de Machado de Castro, com financiamento do PRR.