Durante esta sessão, que vai decorrer nas instalações da Cena Lusófona, vai ser feita a leitura do poema “Makuusi morî penaronkon maimu”, cuja tradução é “A língua macuxi é dos antigos”. A poetisa propõe uma reflexão profunda sobre os processos de descolonização simbólica e material, articulando ensaio e poesia como meios de reconstrução da cidadania da língua indígena a partir da língua portuguesa. Este evento vai ser seguido, no dia 15 de novembro, da exibição online do vídeo-poema homónimo, realizado a partir do texto e da sua performance em Coimbra.
Trudruá traz consigo a força ancestral da palavra como instrumento de cura e resistência e a sua passagem por Coimbra inscreve, na história da nossa língua, uma ponte de reciprocidade entre o que fomos, o que somos e o que ainda podemos ser. Pertencente ao povo Makuxi, Trudruá Dorrico é doutorada em Letras pela PUCRS (2021), autora das obras como “Eu sou makuxi e outras histórias” e “Originárias: uma antologia feminina de literatura indígena”. A antologia “Apyîtama: floresta de histórias”, da qual participa, recebeu o Prémio Jabuti 2024 na categoria Literatura Infanto-Juvenil. Em 2025, lançou os livros “Makunaimã morî mai” e “O Lago Pri Pri”. Foi, ainda, residente no Cité Internationale des Arts, em Paris (2023), e no LabVerde, em Manaus (2024).
Com este tipo de residências artísticas, a Casa da Cidadania da Língua possibilita o reencontro entre o português e as línguas originárias das Américas num mesmo território de reflexão, escuta e criação. Outras informações podem ser obtidas através do contacto de e-mail casa.cidadania.lingua@cm-coimbra.pt e ou do contacto telefónico 239 401 234.