A cerimónia contará com a presença da presidente da CM de Coimbra, Ana Abrunhosa, e marca o início de um percurso expositivo que se prolonga até 8 de março de 2026, distribuído entre a Sala da Cidade (antigo refeitório do Mosteiro de Santa Cruz) e o Edifício Chiado, dois núcleos do Museu Municipal.

Uma homenagem a uma criadora que marcou Coimbra

Artista plástica e professora, Túlia Saldanha (1930–1988) fixou-se em Coimbra no final da década de 1950 e tornou-se uma das protagonistas do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), onde desenvolveu uma prática profundamente experimental, colaborativa e inovadora.

A exposição propõe uma leitura poética e política da sua obra, produzida entre o final da década de 1960 e os anos 1980, destacando a relação entre criação artística, comunidade, liberdade e partilha.

Dois espaços, dois olhares sobre a mesma obra

Na Sala da Cidade, o público poderá seguir um itinerário plástico e documental que evoca momentos fundamentais da produção artística de Túlia Saldanha. Já no Edifício Chiado, o foco recai sobre o trabalho coletivo e a pedagogia crítica, convidando à reflexão e à criação partilhada.

A ligação entre os dois espaços é simbolizada por duas mesas: a da instalação “O Banquete” (1976–79), evocada na Sala da Cidade, e uma mesa de trabalho no Edifício Chiado, concebida como lugar de encontro e experimentação.

Programa paralelo “Sala de desaprendizagem”

Durante o período da exposição, o Museu Municipal dinamiza o programa “Sala de desaprendizagem”, um conjunto de ações inspiradas nos escritos inéditos de Túlia Saldanha sobre pedagogia e na sua experiência como orientadora de ateliers de artes plásticas.

O programa inclui oficinas, conversas, workshops e experiências individuais, convidando o público a refletir e a criar a partir dos princípios de liberdade e partilha que marcaram a prática da artista.

A iniciativa conta com a colaboração de A Escola da Noite, CAPC, Associação À Baixa, Escola Superior de Educação de Coimbra, Álvaro Rosendo, Inês Moura, Margarida Brito Alves, Robert Schad, entre outros.

Uma mostra com curadoria de Giulia Lamoni

A exposição, com curadoria de Giulia Lamoni, reafirma o papel de Coimbra como centro de criação, experimentação e pensamento artístico. O projeto presta homenagem a Túlia Saldanha e ao impacto da sua obra na história da arte contemporânea portuguesa, ligando o passado à criação do presente e convidando o público a redescobrir o diálogo entre arte, vida e comunidade.