A apresentação da obra vai estar a cargo de Marta Temido, ex-ministra da Saúde, numa sessão moderada pelo jornalista Hugo Gilberto. “Os Segredos de Juvenal Papisco” mereceu os maiores elogios da critica, entre eles o do escritor Vergílio Alberto Vieira: “Romance emergente, no mais autêntico sentido da palavra, ‘Os Segredos de Juvenal Papisco’ abre um capítulo de excelência no quadro da literatura contemporânea”, considerou.
“’Os segredos de Juvenal Papisco’ é um romance de estreia memorável, que com uma fina ironia e um apurado sentido caricatural se apresenta como uma metáfora social, expondo a traição, a urdidura política, as fraquezas da justiça, o espaço conjugal como campo de sonhos e de utopias e as mezinhas respondendo ao que a medicina não resolve”, pode ler-se na sinopse do livro.
A ação passa-se em Orão, um lugar de sangue quente, cheio de superstições, habitado por personagens memoráveis como a benzedeira Xêpa Alma, o corrupto alcaide Heitor Raimundo ou o diligente boticário Zaqueu Soeiro. Destaca-se, entre eles, Juvenal Papisco, um padre de temperamento espontâneo e cru que sucumbe sem pudor aos prazeres e às imperfeições e que não suporta as injustiças que se perpetuam em Orão, avivadas pelo predomínio dos senhores de sempre.
Quando o jornal clandestino, A Trama, acusa Ismael Macho de andar metido com a mulher de outro, todos temem uma desgraça, e Ismael acaba mesmo por morrer durante a procissão da Virgem Santíssima, em circunstâncias estranhas. Todas as suspeitas recaem sobre o marido enganado, mas este nem à força de porrada admite a autoria do crime, para desespero do coronel Moniz.
“Os Segredos de Juvenal Papisco” venceu o prémio Luís Miguel Rocha, escritor falecido em 2015, aos 39 anos, autor da obra Último Papa, que entrou no top do The New York Times e vendeu meio milhão de exemplares em todo o mundo.