O Circuito das Beiras by Bridgestone/First Stop faz parte da história do automobilismo nacional, marcando a estreia das provas por etapas em Portugal. Passados 120 anos, o Clube Escape Livre com o apoio das câmaras municipais de Coimbra, Castelo Branco e Guarda e o patrocínio da Bridgestone, First Stop e Litocar, realizou a segunda edição nos dias 15 a 17 de setembro. Os 31 automóveis clássicos reunidos para este passeio cumpriram mais de 400 km e enfrentaram a intempérie que se abateu sobre o evento nas etapas que ligaram Castelo Branco à Guarda e Guarda a Coimbra.
O conjunto de automóveis reunidos incluía verdadeiras preciosidades como o Darracq 12 HP Open Tourer de 1921 ou o Berliet de 1926, ambos vindos expressamente para esta edição do evento do Clube Escape Livre. O primeiro saído do Museu do Caramulo, o segundo do Museu de la Historia de la Automacion de Salamanca. Por outro lado, Pedro Villas Boas, nome grande do desporto automóvel nacional esteve presente com um fantástico MGA TC, encabeçando uma longa lista de modelos da marca britânica. Estiveram, ainda, representadas a Ford, a Studebaker, a Hotchkiss, a Wolseley e as mais contemporâneas Mercedes, Citroen, Fiat, Renault e Datsun, juntando-se um exemplar imaculado de um Triumph Dolomite Sprint e o Sunbeam Alpine vindo, também ele, do Museu de Salamanca.
A Praça da República, em Coimbra, foi o palco para o arranque deste Circuito das Beiras by Bridgestone/First Stop, onde esteve a baixar a bandeira o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva. O circuito passou, ainda, por Castelo Branco e pela Guarda. O regresso a Coimbra continuou pelas estradas pisadas por Tavares de Melo na edição de 1902 e o grande final decorreu na Praça da Canção na cidade dos Estudantes, celebrado com o Espumante da Adega de Castelo Rodrigo.
Contas feitas a três dias de intensa atividade, a vitória foi partilhada por Tiago Patrício Gouveia/Tiago Branco no espetacular Darracq de 1902 e por Manuel Simões/Graça Simões no bonito Citroen 11 BL. Obtiveram a maior pontuação entre as equipas participantes, destacando-se a dupla do Citroen pelo facto de terem envergado, durante os três dias, roupa da época do carro nascido em 1947. O terceiro classificado foi João Teixeira num MGB, seguido de António Dionísio (MG TF) em igualdade com José Manuel Pinto. O Top 5 foi fechado com o belíssimo Austin Healey 3000 de António Mota.
Nas diversas classes, o Darracq de Tiago Patrício Gouveia foi o melhor na Classe A (até 1904), Luís Lavin (Ford A) ganhou na Classe C (1919 a 1930) e António Fernandes Ribeiro (Wolesley 10/40) foi o melhor na Classe D (1931 a 1945). O Citroen 11 BL de Manuel Simões venceu na classe E (1946 a 1960), enquanto Luís da Cunha Matos (MGB) levou de vencida a Classe F (1961 a 1970). A Classe G foi a mais concorrida e a vitória foi para o MGB de João Teixeira.
Todos os participantes receberam o Troféu SPAL alusivo ao evento e ainda foram presenteados com o magnífico livro de José Barros Rodrigues.
Finalmente, o Troféu da Junta de Freguesia do Casteleiro – onde nasceu José Caetano Tavares de Melo – para eleger o carro mais bonito do evento, foi entregue, por votação de todos os participantes, ao Darracq 12 HP Open Tourer de Tiago Patrício Gouveia e do Museu do Caramulo. Uma belíssima peça artística que vai embelezar a vitrina de troféus do museu.
O arranque desta edição, que celebrou os 120 anos da prova, coincidiu com o lançamento do livro “O Circuito das Beiras e o Espírito Visionário de José Caetano Tavares de Melo”, da autoria do historiador José Barros Rodrigues. A obra já está disponível nas livrarias.