“A iconografia animal, desde as civilizações mais remotas era empregue como espelho do homem, imbuídos de componente simbólica, como poder, em rituais religiosos, cuja beleza continua assombrosa”, considera a autora da mostra “ANIMALIUM- alma e espelho”, que vai inaugurar no próximo sábado, pelas 15h00, na Galeria Almedina. “Ontem como hoje, o Animalium continua símbolo da expressão artística do homem integrando-o na sua imagética, permanecendo intemporal no nosso imaginário.”, defende Teresa Ribeiro.
O historiador Joaquim Saial considera que a mostra “remete-nos para muito atrás no tempo, para a época pré-histórica, em que desenhar ou pintar imagens na rocha das cavernas tinha a ver, segundo alguns pensam, com o desejo de encontrar alimento, organizando-se aquilo a que se veio a chamar arte rupestre em torno de uma certa magia de transferência (se os pintar, o mamute e o veado hão-de aparecer e eu hei-de caçá-los). Contudo, Teresa Ribeiro permite-se descarnar desse motivo fantástico as imagens que nos oferece”.
Joaquim Saial acrescenta, ainda, que na obra de Teresa Ribeiro estão “os mesmos tons terra patentes nas grutas ancestrais (uma vez ou outra com afloramentos de azuis e brancos), semelhante disposição espacial das imagens de manadas compactas (por vezes tumultuosas) de cavalos e gado vacum ou matilhas de cães no espaço, mas nenhuma figura humana, nenhum arco ou flecha, nem marcas de mãos”.
Teresa Ribeiro é natural de Lisboa, mestre em História da Arte Medieval, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com licenciatura em Design pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio.
A exposição está patente na Galeria Almedina do Museu Municipal de Coimbra até ao dia 21 de janeiro do próximo ano e pode ser vista de terça a sexta-feira, das 10h00 às 18h00, e aos sábados e domingos, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.