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23 Janeiro 2024

Executivo aprova candidatura de “O Nicola” a Estabelecimento de Interesse Histórico e Cultural

Executivo aprova candidatura de “O Nicola” a Estabelecimento de Interesse Histórico e Cultural

O Executivo aprovou, na reunião de Câmara de 22 de janeiro, a candidatura de “O Nicola” a Estabelecimento de Interesse Histórico e Cultural ou Social local, no quadro da Lei 42/2017, que define como critérios de avaliação a atividade – longevidade, significado histórico e identidade – o património material – património artístico e acervo – e o património imaterial – referência local, salvaguarda do património e necessidade de divulgação. O reconhecimento é competência da Câmara Municipal, depois ouvida a União das Freguesias de Coimbra (neste caso), e concretiza-se após consulta pública de 20 dias.

Situado na Rua Ferreira Borges, o “Café Restaurante Nicola de Coimbra” ou, simplesmente, “O Nicola”, é um dos mais emblemáticos cafés da cidade e um dos que resiste na Baixa.  O seu alvará data de 23 de janeiro de 1939, tendo atravessado diferentes gerações e, segundo a tese de mestrado Integrado em Arquitetura, de Ana Carolina Lopes Elias, “Os cafés como espaço de sociabilidade: O caso da baixa de Coimbra”, “era frequentado por Fernando Namora e Vergílio Ferreira, para além de outros escritores”.

 

Este foi, também, adianta-se no mesmo estudo, “um café dos professores da Universidade, dos advogados, dos médicos e dos banqueiros, homens de influência. Até à abertura do Arcádia, albergava também os críticos do futebol”. Em 1957, Mário Silva expôs, pela primeira vez, individualmente, no salão do Nicola que, também, era acarinhado pelos estudantes.

 

Ana Carolina Lopes Elias recorda que, à semelhança do que sucedia na Europa no início do século passado, também em Portugal, por essa altura, assistiu-se à abertura de muitos cafés, locais de convívio social e partilha de ideias. Neste movimento, surgiram o Santa Cruz, A Brasileira e o Café Central (que ficava ao lado do Nicola), aos quais se juntaram, na década de 40, o Montanha e o Nicola e, na década de 50, o Arcádia e o Internacional (agora duas lojas de roupa). “Este movimento tornou-se bastante emblemático para a cidade e para quem lá vivia pois não só eram espaços de tertúlia como também de convívio e de formação intelectual e política. Esta discussão levou aos cafés os opositores ao regime salazarista e, consequentemente, agentes da PIDE, que passaram a frequentar os mesmos para controlar estes espaços”, refere a tese.

 

O Nicola fez parte do desenvolvimento social e cultural no último século, disponibilizando sempre o seu espaço e serviços, sublinha-se na informação dos serviços municipais, acrescentando-se que essa abertura ainda hoje se mantém, naturalmente mais virada para eventos socioculturais – eventos gastronómicos, como a festa do Galo, “Petiscos & Rabiscos”, “Sons da Cidade”, entre muitos outros eventos.

 

Após a aprovação do reconhecimento, o passo seguinte passa por uma consulta pública de 20 dias, da qual resultará um relatório da análise dos contributos e/ou reclamações, que integrará a proposta para a tomada de decisão relativa ao reconhecimento do “Café Restaurante Nicola de Coimbra” como “Estabelecimento de Interesse Histórico e Cultural ou Social Local”.

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