O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, insistiu hoje nas reivindicações que a cidade tem feito e continuará a fazer junto do Poder Central, no tradicional discurso do 25 de Abril, proferido no Salão Nobre dos Paços do Concelho. É o caso da construção de uma via em perfil de autoestrada entre Coimbra e Viseu, que o autarca considera “urgente para ajudar a economia e poupar vidas”. Outra “urgência descarada” é a intervenção na estação ferroviária de Coimbra B, a que Manuel Machado chama “apeadeiro velho, pelo estado degradado que apresenta”. Neste caso, a CMC foi a primeira a dar o exemplo, com as requalificações que têm vindo a fazer na envolvente de Coimbra B.
No plano oposto, Manuel Machado salientou o que considera serem “conquistas” obtidas junto do Poder Central, “algumas delas reivindicações já com muitos anos”. É o caso da intenção, anunciada pelo atual Governo, de investir 10 milhões de euros no imprescindível desassoreamento do rio Mondego. Noutra área, o Orçamento de Estado para este ano contempla 2,1 M€ para o Metro Mondego. “Não é o ideal, o que todos desejamos, mas não deixa de ser um sinal positivo que poderá contribuir para desbloquear este processo”, comentou Manuel Machado.
O autarca referiu ainda a subscrição, no início deste mês, a par com Lisboa, Porto e Viseu, do pacto para a criação do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado. Trata-se de uma nova ferramenta financeira que, com uma dotação de 1400 M€, vai permitir acelerar a reabilitação de edifícios e a regeneração urbana, procurando captar capital humano para os centros históricos das cidades, revivificando-os. O presidente da CMC acredita que estamos perante uma perspetiva totalmente inovadora para a reabilitação do património de Coimbra, que vai proporcionar condições para que as famílias possam viver no centro histórico com dignidade.
Já nos discursos dos representantes das forças políticas que integram a Assembleia Municipal de Coimbra, Rui Pato, por parte dos Cidadãos Por Coimbra, acredita que, “nesta cidade, existirá um processo mobilizador, de cidadania, que faça de Coimbra uma grande cidade que não seja uma utopia”.
Pela CDU falou Manuel Pires da Rocha, que recordou algumas das conquistas de Abril. “Foi a revolução de Abril quem inventou, em Portugal, o salário mínimo nacional, os direitos laborais, a segurança social, a liberdade sindical, a licença de parto, a liberdade de imprensa, o direito de opinião e de manifestação, a soberania nacional, as férias pagas, a proteção das crianças e dos velhos, a democratização da Cultura, o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou.
Por parte do PSD, Maló de Abreu afirmou que “Coimbra deve recuperar os palcos por onde já andou, promovendo a discussão e afirmando a sua tolerância, mas desenvolvendo a exigência de quem sabe fazer bem, que mobilize o conhecimento e o empreendedorismo, que não despreze o talento e a criatividade”.
Por seu turno, Ferreira da Silva disse que, “ao Partido Socialista, impôs-se, nestes seus primeiros meses de governação, devolver ao país de Abril, a confiança e a esperança que andava arredada em consequência de quatro anos de governo de direita, que deixaram terríveis marcas sociais, devolvendo gradualmente os rendimentos das famílias e dos trabalhadores”.
A comemoração do 42.º aniversário do 25 de Abril incluiu ainda o hastear da Bandeira Nacional e execução do Hino Nacional, pela Banda Filarmónica União Taveirense e trompetistas da Master Class do 2.º Festival de Trompete; a mostra fotográfica “Coimbra, memórias de abril”, a partir do acervo municipal, e apontamento Musical pela Banda Filarmónica União Taveirense e Trompetistas da Master Class do 2.º Festival de Trompete.
Leia aqui o discurso do presidente da Câmara Municipal de Coimbra.