13 Abril 2016

Rostos e Memórias do 25 de Abril para ver na Casa da Escrita

Rostos e Memórias do 25 de Abril para ver na Casa da Escrita

“25 de Abril – Rostos e Memórias” é o nome da exposição fotográfica que o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, inaugurou, ontem, na Casa da Escrita, na presença de um convidado especial: o coronel Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril.

A mostra, promovida pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e pelo Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra (UC), resulta da doação que Ivo Cortesão fez do seu arquivo fotográfico à UC e vai estar patente até ao próximo dia 27 de abril.

São rostos e lugares simbólicos que fizeram o percurso da história coletiva do 25 de Abril, assim como uma imensa multidão de gente anónima empenhada em transformar a sociedade e construir a força que mobilizou as lutas académicas. Imagens que, desde ontem, preenchem a Casa da Escrita, um sítio que, por si só, está carregado de simbologia. “Este é o local ideal. Foi a casa de João José Cochofel, poeta e cidadão. Foi um sítio de tertúlias, várias e diversificadas, foi aqui que se criaram condições para que a revista Vértice nunca tivesse sido suspensa durante a longa noite de fascismo”, afirmou o presidente da CMC no seu discurso, depois de ter distribuído cravos pelos presentes. “Queremos celebrar sempre o 25 de Abril”, concluiu, recordando todos os que contribuíram para que a democracia fosse possível em Portugal.

“O 25 de Abril foi Liberdade, Paz, Democracia, Justiça Social, Estado de Direito. Mas foi, acima de tudo, Sonho. Hoje é Esperança e continuação desse sonho.” As frases são de Vasco Lourenço, que ontem fez questão de lembrar a todos os presentes que a justiça social foi um dos grandes objetivos da Revolução dos Cravos, justiça essa, considerou, que não existe nos dias de hoje. Portugal, como frisou, “é hoje um dos países mais injustos da Europa”. Contudo, a esperança num futuro melhor marcou o seu discurso. “Vivemos hoje um período de sonho e de esperança, depois de atravessarmos um período negro”, concluiu o presidente da Associação 25 de Abril.

A palavra coube então à diretora adjunta do Centro de Documentação 25 de Abril. Natércia Coimbra aproveitou a presença de Vasco Lourenço para agradecer toda a documentação que foi doada pela Associação 25 de Abril à UC, e que permitiu que o Centro de Documentação 25 de Abril da UC seja hoje um dos mais ricos do país, tendo agora um espólio de quase três milhões de documentos. A responsável salientou ainda a importância da mostra, por ser uma forma de partilhar memórias e de mostrar esse espólio.

A sessão inaugural foi ainda abrilhantada por um apontamento musical protagonizado por Vitor Sá, que interpretou cantigas de intervenção que se tornaram referências culturais da época revolucionária. O grupo de fados interpretou, essencialmente, canções que foram imortalizadas pela voz de Adriano Correia de Oliveira.

O evento contou ainda com a presença, entre outas personalidades, da vice-presidente da CMC, Rosa Reis Marques, da vereadora da Cultura da CMC, Carina Gomes, do presidente da Assembleia Municipal de Coimbra, Luís Marinho, do diretor do Departamento de Cultura, Turismo e Desporto da CMC, Francisco Paz, e com o curador da Casa da Escrita, António Vilhena, que, no final da sessão, agradeceu aos participantes a presença, deixando-lhes um pequeno presente de gratificação.

A exposição “25 de Abril – Rostos e Memórias”, que pode ser vista até ao próximo dia 27 de abril na Casa da Escrita, pretende contribuir para que, em Coimbra – cidade que participou no processo histórico que levou à Revolução dos Cravos – sejam também lembradas as pessoas e festejadas a Liberdade e a Esperança.

Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now.

×