O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, espera que “nenhuma entidade, nomeadamente a APA [Agência Portuguesa do Ambiente], venha meter o pau na roda” no processo de desassoreamento do Rio Mondego. Uma obra da responsabilidade da CMC, no valor de 4,6 M€, que, para poder concretizar-se, foi assinado um protocolo, precisamente com a APA, no passado dia 4. Já nesta segunda-feira, o executivo camarário aprovou o lançamento do concurso público desta empreitada.
Devido à presença de espécies migratórias diádromas, a APA informou recentemente a CMC de que a obra apenas deveria ser feita durante os quatro meses mais quentes do ano. O que, desde logo, faria aumentar o prazo de execução da obra dos dois anos atualmente previstos para seis anos. Mas as consequências não se ficam por aqui. Seria, por exemplo, necessário alterar o caderno de encargos do concurso público, além de ser difícil encontrar uma empresa interessada em instalar um estaleiro de obra para funcionar apenas quatro meses por ano.
“Um dispêndio de energias que não leva a nada. Às vezes mais parece um indutor para dar dinheiro a ganhar a determinadas especialidades técnicas”, criticou Manuel Machado. O autarca tem agendada uma reunião, hoje, no Ministério do Ambiente, na qual deixará clara a sua determinação no sentido de serem superadas as dificuldades entretanto surgidas.
Manuel Machado falava numa cerimónia de reconhecimento realizada no final da tarde de ontem, na sede da União de Freguesias de São Martinho e Ribeira de Frades, promovida pelo atual presidente, Jorge Veloso. Na ocasião foram homenageados os anteriores presidentes de junta eleitos desde 1976: António Moura Antunes, Amável Baptista, Mário Simões da Costa, Ernesto Seguro Fernandes e João Serrano.
“Perder a memória é perder o futuro”, afirmou Manuel Machado, que elogiou o trabalho efetuado pelos homenageados: “Deram um contributo para melhorar a qualidade de vida dos que vivem e trabalham em São Martinho”. Encómio que estendeu ao atual presidente, cujo desempenho tem sido, para o presidente da CMC, “perseverante e persistente, um bom trabalho”.
Conforme Manuel Machado, São Martinho está “felizmente melhor, mas há coisas a fazer”, nomeadamente na chamada rotunda do Almegue, que “tem de ser melhorada”. Na perspetiva do autarca, o que apelidou de “empresas majestáticas”, referindo-se a entidades estatais, “fizeram ali grossa asneira”, como se comprova pela frequente ocorrência de acidentes. Além da melhoria desta rotunda, Manuel Machado preconiza um perfil de avenida urbana no troço até Bencanta.