28 Abril 2017

Companhia Paulo Ribeiro no Convento São Francisco

Companhia Paulo Ribeiro no Convento São Francisco

Ceci n’est pas un film é uma peça do coreógrafo Paulo Ribeiro. Um dueto para maçã e ovo em que os intérpretes, Ana Jezabel e João Cardoso, interagem com imagens de filmes que evocam e falam sobre o amor.

Nesta peça, a intenção do coreógrafo não é ilustrar um filme com dança, mas antes oferecer ao público uma viagem por imagens, de passado e de futuro, que interrogam e inspiram o amor. Nas palavras de Paulo Ribeiro, um amor que se torna possessivo, exigente, dependente, desesperado, exaltado e sufocante; mas também poético, cómico, trágico-cómico, lúdico, frívolo, virtuoso, sinuoso, cabotino e esvaziado. 

O dueto da maçã e do ovo dialoga com as imagens projetadas na tela. São imagens de filmes realizados em várias épocas, de géneros diversos e com recurso a técnicas diferentes. Entre si, partilham o facto de serem emblemáticos para a história do cinema, ao romperem com linguagens e convenções, e por, de alguma forma, se ligarem à obra de Paulo Ribeiro. 

Os dois intérpretes constroem, ao longo da peça, um diálogo com imagens de obras como “North by Northwest” de Alfred Hitchcock (1959), “Urga – espaço sem fim” de Nikita Mikhalkov (1991), “Jamón, Jamón” de Bigas Luna (1992) e a “A teta assustada” de Claudia Llosa (2009). 

Neste guião, o artista belga Rene Magritte é também convidado a acompanhar o dueto da maçã e do ovo. Evocando a pintura “A traição das imagens” (1928-29), obra-prima da autoria de Magritte associada ao movimento surrealista, o título da peça Ceci n’est pas un film pode ser entendido como uma provocação que introduz o debate sobre a representação da arte. 

Dirigido também a um público escolar do 3.º ciclo e ensino secundário, os espectadores/alunos são desafiados a interpelarem a peça a partir dos pressupostos programáticos das disciplinas de Filosofia e Desenho. A partir de Ceci n’est pas un film – Dueto para Maçã e Ovo propõe-se a livre construção de um discurso próprio sobre a peça, rejeitando a priori qualquer condicionante imposta pelas intenções do coreógrafo. Palavras-chave exploratórias: sonho, realidade, corpo, emoção, existência, belo, feio, cor. 

“Não ilustramos um filme. Dialogamos com imagens, imagens com passado, mas com futuro incerto. 

Imagens que se vão habitando de gente, de vivências, de histórias suspensas… Imagens que caminham para o dueto da maçã e do ovo que, por sua vez, sugere a elevação do amor. 

Amor… Imagem entre o tempo que se arrasta rodopiando sobre si próprio e o dueto que, de tanto querer voar, se amarra ao chão. 

Amor que se torna possessivo, exigente, dependente, desesperado, exaltado, sufocante; mas também patético, cómico, trágico-cómico, lúdico, frívolo, virtuoso, sinuoso, cabotino e esvaziado. 

Amor que derrapa nos fantasmas da negritude da alma e da hiperatividade como forma de exorcizar a ilusão ou a desilusão!… 

Sem narrativas fechadas, sem dramaturgia esmagadora, sem a obrigação de tudo perceber, enveredamos por um mundo de sentidos que são os da vida na sua configuração mais simples de se afirmar. Em simultâneo e, indelevelmente, convocamos Magritte a acompanhar-nos”. 

Paulo Ribeiro

CECI N’EST PAS UN FILM – DUETO PARA MAÇÃ E OVO

Companhia Paulo Ribeiro 

Convento São Francisco | BlackBox 

28 abril | 14h30 | Escolas

29 abril | 16h00 | Crianças e Famílias

M/6 | 60 min

Bilheteira

Geral: 4 euros

Famílias (2 adultos com 2 crianças até aos 12 anos ou 1 adulto com 3 crianças até aos 12 anos): 6 euros

Escolas e grupos (a partir de 10 elementos): 2 euros

Abril Dança em Coimbra

Coorganização: Câmara Municipal de Coimbra e Teatro Académico de Gil Vicente

Ficha Artística

Autoria, coreografia e espaço cénico | Paulo Ribeiro 

Colaboração e seleção de filmes | Cine Clube de Viseu 

Interpretação | Ana Jezabel e João Cardoso 

Música | The Boys from Brazil (Segredo Suba); Balanescu Quartet (Unging Upsidedown); João Parahyba (Nightly Sins – tribute); Barbara (Ne me quite pas); Nina Simone (Ne me quite pas); Jacques Brel (Ne me quite pas); Simone de Oliveira (Não me vais deixar | Ne me quite pas); Balanescu Quartet (Autobahn) 

Figurinos | José António Tenente · Desenho de Luz | Cristóvão Cunha 

Produção Companhia Paulo Ribeiro · Projeto apoiado no âmbito do programa Viseu Terceiro | Município de Viseu Coorganização

Sobre Paulo Ribeiro

Fez carreira como bailarino em várias companhias belgas e francesas, até que os seus passos o conduziram à carreira coreográfica. A es¬treia deu-se em 1984, em Paris, no âmbito da companhia Stridanse, da qual foi cofundador. 

De regresso a Portugal, em 1988, começou por colabo¬rar com a Companhia de Dança de Lisboa e com o Ballet Gulbenkian. A sua carreira de coreógrafo expandiu-se no plano inter-nacional a partir de 1991, com a criação de obras para companhias de renome. 

Em 1995, fundou a Companhia Paulo Ribeiro. O trabalho com a própria Companhia permitiu-lhe desen¬volver melhor a sua linguagem como coreógrafo e o reconhecimento não tardou. Ao longo da carreira tem ganho vários prémios de relevo, como o “Prix d’Auteur” atribuído nos V Rencontres Choré¬graphiques Internationales de Seine-Saint-Denis; o “New Coreography Award” da Bonnie Bird Fund-Laban Centre; o “Prix d’Inter¬pretation Collective”, concedido pela ADAM, entre outros. 

A par do trabalho que tem desenvolvido na sua com¬panhia de autor, Paulo Ribeiro desempenhou, entre 1998 e 2003, o cargo de Diretor¬-geral e de Programação do Teatro Viriato/CRAEB (Centro Regional das Artes do Espetáculo das Beiras), e foi ainda Comissário para a Dança em Coimbra 2003 – Capital Euro¬peia da Cultura. Em 2006 regressa ao Teatro Viriato, após ter dirigido o Ballet Gulbenkian. Em novembro de 2016, Paulo Ribeiro assume a direção artística da Companhia Nacional de Bailado, a convite do Ministério da Cultura.

Sobre a Companhia Paulo Ribeiro

A Companhia Paulo Ribeiro é uma companhia portuguesa de Dança Contemporânea, fundada em 1995 na sequência de vários anos de trabalho do coreógrafo Paulo Ribeiro em companhias de Dança Contemporânea europeias, enquanto intérprete e criador.

Desde então, não tem havido um único ano sem uma ou mais produções, ora criadas e dirigidas pelo seu homónimo e fundador – Sábado 2, Rumor dos Deuses, Azul Esmeralda, Memórias de Pedra – Tempo Caído, Ao Vivo, Comédia Off, Tristes Europeus – jouissez sans entraves, Silicone Não, Memórias de um Sábado com Rumores de Azul, Malgré Nous – Nous Étions Là, Masculine, Feminine, Maiorca, Sábado 2, Paisagens – onde o negro é cor, Jim, Sem um tu não pode haver um eu, Modo de Utilização – ora resultado da colaboração com outros criadores artísticos – Noir Salle, Só para Iniciados, Solitary Virgin, Vá para Fora Cá Dentro, Auto da Barca do Inferno, 7 Solos For 11 Scenes Falling Through, Anfitriões, Medeia, 4×3=55: Código Medeia, Noite de Reis, O Ensaio de um Eros Possivel, A Invisibilidade das Pequenas Percepções, A Partir de um adolescente Míope, Mitodópolus, Pinóquio, Como é que eu vou fazer isto?, Bits & Pieces, Miraginava – sempre na agenda das salas de espetáculo nacionais e estrangeiras. Mas é no Teatro Viriato, em Viseu, que mantém residência desde 1998, sendo este o local de desenvolvimento de todo este trabalho criativo e de produção. 

Com 10 anos de existência, lança o livro Corpo de Cordas e funda a Escola de Dança Lugar Presente – um projeto pedagógico, situado também em Viseu, que inclui aulas regulares de dança para adultos, jovens e crianças, nomeadamente no âmbito do Ensino Artístico Especializado. 

No seu 20.º aniversário, é editado outro livro – Uma Coisa Concreta – estreia mais uma criação coreográfica – A Festa (da insignificância) – e é exibida uma exposição itinerante de fotografias representativas do trabalho educativo e coreográfico da Companhia Paulo Ribeiro.


Revista de Imprensa

“Ele [Paulo Ribeiro] não se situa em nenhuma corrente. Nunca esteve na moda e já deixou de pertencer há muito tempo ao grupo dos artistas emergentes”

Rosita Boisseau, Le Monde, 6/12/2016

“A estrada foi longa para este coreógrafo português. Já o vimos com o Nederlands Dans Theater e com o Ballet Gulbenkian a coreografar a melhor dança europeia. É preciso dar ao corpo motivações interiores e secretas”

François Delétraz, Le Fígaro Magazine, 2/12/2016 

 

Bilheteira – 239857191 | Horário: 15h00 às 20h00

bilheteira@coimbraconvento.pt

Convento São Francisco

 

 

 

 

 

 

 

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