A vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, Carina Gomes, afirmou esta tarde que, desde que a autarquia reabriu a Sala da Cidade, tem tentado fazer exposições ligadas a Coimbra ou com gente de Coimbra e artistas de Coimbra. A declaração da autarca foi proferida na inauguração da exposição “Actores Urbanos #05, de entrada livre, e que estará patente até ao próximo dia 24 de junho, de terça a sábado, entre as 13h00 e as 18h00.
Carina Gomes recordou que a Sala da Cidade (antigo refeitório de Santa Cruz), realizou, por ocasião da Capital Nacional da Cultura, uma exposição alusiva ao Mosteiro de Santa Cruz. “Após a exposição a estrutura permaneceu no local, até 2013, ano em que tomámos posse e encontrámos essa estrutura.”
Depois de algumas exposições usando a estrutura, a autarquia convidou o artista Pedro Cabrita Reis para fazer uma desconstrução criativa da estrutura. “Destruindo essa velha estrutura que aqui estava construiu uma nova obra de arte a que chamou ‘A Casa de Coimbra’”, explicou a edil.
Segundo Carina Gomes, “alguns restos dessa nova construção viajaram até Nova Iorque, outros até à Biblioteca Municipal de Coimbra, onde o Pedro Cabrita Reis se ofereceu para fazer uma nova peça com os restos da outra”.
O presidente da Associação Cultural Itinerários Contemporâneos – Zero (ICZero), José Vieira, também marcou presença na inauguração e agradeceu ao Município, salientando que a ‘Actores Urbanos #05’ é a quinta exposição de um projeto que se iniciou há dez anos. “Esta exposição marca a celebração dos dez anos da associação, que se iniciou em julho de 2007”. “Nesta exposição os artistas nela envolvidos fazem um retrato de si próprios e também do mundo em que vivem, acabando por ser também um pouco o autorretrato da associação”, sublinhou José Vieira.
Antes da inauguração da mostra de arte contemporânea, todos os presentes puderam ainda assistir a um momento de dança, proporcionado por uma bailarina da Flic Flac.
A exposição “Actores Urbanos #05”, que resulta da coprodução entre a autarquia e a Associação Cultural Itinerários Contemporâneos – Zero (ICZero), reúne trabalhos de sete artistas plásticos – António Azenha, Benvinda Araújo, Jorge Simões, José Higino, José Carlos Nascimento, José Vieira e Rodrigo Canhão – e fecha um ciclo que se iniciou há 10 anos num olhar introspetivo em relação à própria Associação ICZero, mas que se dirige, simultaneamente, ao corpo urbano mais lato que a contém.
Em 2007 a ICZero apresentou, assim, pela primeira vez, o projeto Actores Urbanos #01 (Galeria Sete, Coimbra, 16 de Junho a 28 de Julho de 2007). O projeto desdobrou-se, posteriormente, em quatro realizações: Actores Urbanos #2 (Foyer da Comissão Europeia, Luxemburgo, 2007); Actores Urbanos #3 (Galeria do Teatro Municipal da Guarda, 2008); Actores Urbanos #4 (ACERT – Tondela, 2009; Residência Senhorial dos Condes de Castelo Melhor, Santiago da Guarda, 2009; CAE Sever do Vouga, 2009; Museu Municipal de Alvaiázere, 2009).
Noutras intervenções que se seguiram sobressaiu sempre o caráter polissémico associado à linguagem urbana, como em Fluxos (Figueira da Foz, 2009), Hotcorner (Coimbra, 2009), Voyeur (Coimbra, 2009), Password (Macau, 2012), Openend (Coimbra, 2013), Cimento 12x12x12 (Coimbra, 2013) e Teatro Anatómico (Coimbra, 2015).
