O Sons da Cidade está de regresso, de 22 a 24 de junho, para celebrar os cinco anos da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Visitas guiadas, apresentação de um filme, uma performance que vai deambular pelas ruas da Alta de Coimbra, um ensaio assistido na Rua da Sofia, um espetáculo de percussão na Praça do Comércio ou um concerto de Adriana Calcanhotto são algumas das propostas desta edição do evento, que foram apresentadas, ontem, em conferência de imprensa. A entrada é gratuita para a maioria das iniciativas.
O Sons da Cidade está a crescer, de ano para ano, estendendo as suas celebrações a diversos pontos da cidade e envolvendo cada vez mais entidades no evento. O programa desta edição, que pela segunda vez está inserida no projeto Lugares Património Mundial do Centro, “convida à deambulação e propõe a (re)descoberta e novas leituras da cidade através do cruzamento de vários patrimónios: do edificado à língua e à música, da imagem à palavra e deste ao corpo e ao seu movimento no espaço-tempo”, pode ler-se no folheto de apresentação do evento, que é promovido pela Universidade de Coimbra (CMC), Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e Turismo Centro de Portugal.
A vereadora da Cultura da CMC, Carina Gomes, participou na conferência de imprensa de ontem e desafiou a comunidade a aproveitar a programação, destacando o ensaio assistido do espetáculo “Sofia, Meu Amor”, que vai decorrer no dia 24 de junho, pelas 16h00, na rua da Sofia. Um espetáculo “inserido no projeto ARTÉRIA, e desenvolvido pelo grupo O Teatrão e pela CMC, que procura devolver e fortalecer os sentimentos positivos em relação à rua da Sofia” e que vai estrear a 30 de junho, explicou a autarca. Para 24 de junho está ainda agendada, às 14h30, a apresentação do projeto ARTÉRIA.
A apresentação do mapa Use-it Coimbra, destinado aos visitantes jovens, que querem saber mais sobre a cidade, um espetáculo de Carlota Lagido no Jardim Botânico da UC, e a exibição do filme “Universidade de Coimbra, Alta e Sofia: Vamos Descobrir?”, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), são algumas das propostas para o dia de estreia, a 22 de junho. A vice-reitora da UC, Clara Almeida Santos, explicou que o filme procura enquadrar a história do património classificado ao público escolar, durante as suas visitas de estudo à cidade e à UC, referindo ainda que o filme deverá começar a ser exibido no próximo ano letivo, no Colégio de Jesus.
A programação inclui ainda várias visitas guiadas a 23 de junho, nomeadamente ao património construído durante o Estado Novo, aos colégios universitários da Alta e uma caminhada inclusiva promovida por uma instituição que trabalha com pessoas com esquizofrenia. A 23 de junho, é também dinamizado o projeto “Alta(s) histórias soltas”, que dá a conhecer histórias de alguns moradores da Alta de Coimbra e uma festa no Largo do Poço que pretende celebrar a música do brasileiro Luiz Gonzaga.
José Miguel Pereira, do Jazz ao Centro Clube, entidade responsável pela direção artística do Sons da Cidade, destacou a performance “Já Só o Vento Canta”, dirigida pelo poeta sonoro Américo Rodrigues e com a participação de várias pessoas, que, deambulando pela Alta, apresentam um “trabalho experimental”, onde abordam escritores com uma ligação a Coimbra, como José Régio, Miguel Torga ou Herberto Hélder, num projeto que trabalha tanto a palavra, como o som ou o movimento. Uma iniciativa marcada para os dias 23 e 24 de junho, pelas 18h30, junto ao Colégio de S. Bento.
Ainda a 23 de junho, também é apresentado o “ECOimbra”, um projeto de Carlos Alberto Augusto (programador da área da música na Coimbra Capital Nacional da Cultura, em 2003), que junta seis percussionistas na Praça do Comércio, posicionados em pontos específicos do espaço e acompanhados por um trabalho sonoro pré-gravado e difundido em vários pontos da praça. O Sons da Cidade termina com um concerto no TAGV da cantora Adriana Calcanhotto, no dia 24 de junho, às 21h30. O concerto e o jantar Joanino (que vai decorrer no sábado, dia 23 de junho, no Largo do Poço) são as duas únicas iniciativas pagas.
O Sons da Cidade apresenta ainda, nesta edição, um roteiro gastronómico, que conta com a adesão de 47 estabelecimentos. É mais um reforço de uma programação de qualidade, que celebra os cinco anos da chancela da UNESCO, e que pretende captar cada vez mais público e intervenientes, numa edição que tem como tema, ainda que implícito, a comunidade.
A conferência de imprensa de ontem contou ainda com a participação da diretora regional de Cultura do Centro, Celeste Amaro, e a representante do Turismo Centro de Portugal, Filomena Pinheiro.
CMC/LUSA