A vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Carina Gomes, inaugurou ontem, na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Municipal – Edifício Chiado, a exposição “Vistas Urbanas de Cidades Ideais”, de Giuliano da Sangallo (ca. 1480 – 1485).
A abertura ao público da exposição, organizada em parceria entre a CMC e o Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), contou com a presença do diretor do Departamento de Arquitetura da FCTUC, José António Bandeirinha, dos curadores Rui Lobo e Carolina Coelho, professores de História da Arquitetura do 2º ano do Mestrado Integrado em Arquitetura da FCTUC, e de vários alunos que elaboraram as maquetes.
Carina Gomes começou por dar as boas-vindas a todos ao Edifício Chiado, “uma belíssima obra arquitetónica, que em breve irá ser alvo de obras de reabilitação”, salientando que a autarquia procura, neste espaço, seguir “linhas condutoras, exposições ou artistas que passem pela cidade de Coimbra” ou, como no caso desta exposição, “com uma forte ligação a instituições e entidades importantes”, frisou.
“É um gosto ter aqui uma exposição produzida e organizada entre a Câmara Municipal de Coimbra e o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra”, salientou a vereadora da CMC.
O diretor do Departamento de Arquitetura da FCTUC, José António Bandeirinha, agradeceu à autarquia a disponibilização de um espaço “emblemático e icónico da cidade de Coimbra”, que possibilitará uma interlocução privilegiada entre “o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e a comunidade urbana”.
As Vistas Urbanas de Cidades Ideais, atribuídas a Giuliano da Sangallo (cª. 1445-1516) por Christoph L. Frommel (The Architecture of the Italian Renaissance, Thames & Hudson, 2007), ensaiam um novo método de representação – a perspetiva – sobre o tema de um novo urbanismo feito de amplas praças e de extensos alinhamentos de edifícios que remetem para uma síntese entre a antiguidade clássica (templos redondos, faróis, arcos do triunfo, anfiteatros) e a nova arquitetura do Renascimento (palácios urbanos, lógias, igrejas).
O trabalho dos alunos das disciplinas de História da Arquitetura I e II, do 2º ano do Mestrado Integrado em Arquitetura do DARQ-FCTUC (dos anos letivos de 2016-17 e 2017-18), consistiu em “desmontar” as perspetivas de modo a estabelecer as plantas correspondentes às três distintas cenas urbanas. A partir desse primeiro passo (realizado com o apoio de Vítor Murtinho, docente de Geometria) procedeu-se à definição dos volumes dos imóveis e à sua reprodução em maquetas (em escala próxima a 1:150) num exercício que combinou desenho assistido por computador, noção de escala e sensibilidade para os materiais. Usa-se, assim, a história da arquitetura como instrumento de aprendizagem para futuros arquitetos.
A realização da exposição no Edifício Chiado, em Coimbra, é particularmente pertinente dada a relativa proximidade da Rua da Sofia, notável eixo renascentista onde se aplicaram as teorias urbanas ensaiadas nas três perspetivas em questão.
A exposição, com entrada livre (Rua Ferreira Borges, nº 85), estará patente até ao dia 8 de julho, de terça a sexta-feira, das 10h00 às 18h00; aos sábados e domingos, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Encerra à segunda-feira e feriados.