Estão abertas as inscrições para as oficinas do projeto DAR A OUVIR. PAISAGENS SONORAS DA CIDADE, uma coorganização da Câmara Municipal de Coimbra, através do Convento São Francisco, e do Serviço Educativo do Jazz ao Centro. As oficinas destinam-se a todos os públicos e podem ser realizadas individualmente, em família ou com um grupo de amigos. A grande novidade passa pelas apresentações públicas previstas que dão oportunidade aos participantes para serem sonoplastas executantes numa pequena orquestra.
No próximo dia 24 de julho, pelas 18h00, tem início a oficina “Elementar”, cujos formadores são Luís Pedro Madeira, Rui Lúcio e Cláudia Pires. O mote da oficina é dado pelos quatro elementos do mundo – água, terra, fogo e ar. “Partindo de objetos cerâmicos, produzidos na primeira parte da oficina com uma ceramista, partiremos para a sua exploração sonora. Regressamos aos quatro elementos iniciais e construímos texturas e paisagens musicais, que se juntarão no fim numa performance emoldurada por texturas eletrónicas, produzidas a partir da captação e modelação dos objetos em cena em tempo real.” No dia 9 de agosto, pelas 19h00, terá lugar a apresentação pública do resultado da oficina “Elementar”.
Já nos dias 1 e 2 de agosto, terá lugar o projeto “SAS Orkestra de Rádios” que inclui oficina, concerto e conversa no final. Dirigida ao público a partir dos 6 anos, este projeto constitui-se como uma metaorkestra que transforma antenas e rádios em instrumentos musicais escultóricos, apelativos ao toque e ao contacto tácito entre os instrumentos e as pessoas. As modelações sonoras e modo de tocar de cada instrumento dependem, diretamente, do seu manuseamento, através da pressão e do tato da pele com a antena. Pode (e deve) ser tocado por várias pessoas em simultâneo. Assim, a ação de contacto (toque) entre duas pessoas, ou mais, passa a ser o controlador sonoro. Diferentes formas e interações tácteis dão origem a diferentes resultados sonoros.
Um conceito de proximidade entre o sujeito e a obra, a música e o ruído, a estética e a ética, o usar e o contemplar, o ouvir e o escutar, o ver e o reparar. As distantes antenas dos telhados das nossas casas sobem para os nossos colos até às nossas mãos. Subversivo? A ironia de aceitar o ruído, de organizar lixo em conteúdo, de parar e prestar atenção ao que nos rodeia, conquistar a proximidade entre moderno e antigo, rurais e urbanos, cultos e brutos.
Os interessados poderão obter mais informações e inscrever-se através do número de telefone 239857191, da bilheteira do Convento São Francisco, aberta diariamente entre as 15h00 e as 20h00. Os preços vão entre os 2 e os 6 euros.