Regina Bento esteve presente na sessão de abertura do evento, na qual enalteceu o trabalho “meritório” realizado pelo CNECV e a sua importante missão na análise dos “problemas éticos suscitados pelos progressos científicos no domínio da biologia, da medicina, da saúde em geral e das ciências da vida” e salientou ainda a pertinência do tema escolhido para esta edição. “Um tema que tanto nos preocupa, já que somos o terceiro país mais envelhecido da Europa, com uma proporcionalidade de 153 idosos por cada 100 jovens, e onde o aumento de tempo de vida não significa propriamente uma melhor qualidade”, referiu.
A vereadora da Saúde da CM Coimbra mencionou, depois, ações e projetos em que a autarquia está envolvida e que abordam esta temática. O consórcio Ageing@Coimbra, um projeto de referência na Europa, da qual a CM Coimbra é membro-fundador, foi um dos exemplos. “Trata-se de uma parceria institucional, atualmente composta por 84 parceiros que desenvolvem práticas inovadoras na área temática do envelhecimento ativo e saudável” na Região Centro, explicou. Um projeto que, pelo exemplo de trabalho em rede e o sucesso das iniciativas que preconiza, levou a que a Região Centro fosse a primeira Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável em Portugal (2013). A Região Centro tem conseguido renovar e melhorar essa classificação, conquistando, no presente ano civil, a classificação máxima, de 4 estrelas.
Regina Bento falou ainda das recentes jornadas técnicas da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis que a CM Coimbra organizou, no passado mês de outubro, no Convento São Francisco, e que foram dedicadas ao tema do Urbanismo Saudável. “Temos consciência que o planeamento urbano tem cada vez mais impacto na saúde da população e o caminho que pretendemos percorrer é o da execução de políticas que visem a criação de condições urbanísticas que potenciem a saúde dos habitantes, cada vez mais envelhecidos”, assegurou a vereadora, concluindo a sua intervenção com o desejo de “um dia muito proveitoso” para todos.
Coube a Jorge Soares explicar o porquê da escolha do tema. O presidente do CNECV lembrou que “a sociedade do futuro vai poder acolher durante este século jovens centenários” e que daqui a poucas décadas será normal haver “quatro gerações na mesma família”. “É preciso proteger os idosos (…) e zelar pelo bem-estar deste condomínio que todos habitamos. Temos que celebrar o sucesso da longevidade, não esquecendo as dificuldades que os dias de hoje trazem, como separar cada vez mais os idosos das suas famílias”, referiu, considerando que é necessário que os idosos saibam envelhecer e que a sociedade se prepare para lhes dar as condições que eles necessitam.
António Filipe foi o último a discursar e começou, precisamente, por elogiar a escolha do tema. “O problema do envelhecimento é um dos grandes desafios dos dias de hoje”, afirmou o vice-presidente da AR, considerando que é preciso que todas as instituições e a sociedade ajam em conjunto para se conseguir uma resposta eficaz e eficiente. O aumento da esperança média de vida é uma das grandes conquistas da atualidade, mas “isso exige que a sociedade se adapte e garanta condições de vida digna aos nossos idosos”, acrescentou, terminando o seu discurso com elogios ao CNECV e garantindo que a AR continuará a apoiar todas as suas iniciativas.