“Aqui se encontraram pessoas muito especiais que fizeram trabalho meritório a bem da pátria e do povo”, salientou Manuel Machado, numa referência à história da Casa da Escrita, onde se encontraram “pessoas de pensares diferentes”, entre os quais “muitos dos melhores e dos maiores cultores da nossa pátria, dos melhores ideólogos de filosofia política avançada para a época”, tendo ousado “assumi-lo como amigos, em tertúlia”, sendo o seu último morador, precisamente, João José Cochofel.
Manuel Machado agradeceu, ainda, à família de Cochofel, que considerou “marcante em Coimbra, no nosso país, na cultura e na civilização”; e a todos os que contribuíram para esta homenagem evocativa do centenário do poeta. O autarca pediu ajuda à comunicação social para divulgar a mensagem de que na Casa da Escrita “se podem percecionar, observar, usufruir de coisas valiosas que fazem parte do nosso património coletivo. Que fazem parte da terceira margem de Coimbra”, concluiu.
Por seu turno, a neta mais velha do poeta, Sofia Cochofel Quintela, confessou-se “orgulhosa” e “muito entusiasmada”, agradecendo a Manuel Machado “todo o apoio, dinamismo e extraordinárias homenagens”.
A exposição “Saudade do que há-de vir”, inaugurada no sábado, vai estar patente na Casa da Escrita até 31 de julho de 2020 e a entrada é gratuita. “É uma exposição viva, que ocupa a casa onde João José Cochofel nasceu e cresceu”, destacou António Vilhena, curador deste equipamento cultural municipal.
No decorrer da cerimónia, foram descerradas duas placas evocativas. Logo na fachada da Casa da Escrita, a bisneta Ana Cochofel e Manuel Machado descerraram uma placa evocativa do centenário do poeta. Já no jardim interior da casa foi descerrada uma placa com a assinatura de João José Cochofel.
Depois da visita à exposição, que foi acompanhada com leituras de poemas pela Bonifrates, realizou-se uma tertúlia musical com o Quarteto Vocal Lopes-Graça, a soprano Carla Bernardino e o pianista David Silva e o Quarteto “Tomar”-lhe o Gosto.