23 Maio 2021

Exposição “O Livro Transformado” aberta ao público

Exposição “O Livro Transformado” aberta ao público

Quantas vidas pode ter e viver um único livro? A exposição “O Livro Transformado”, que inaugurou ontem, no Convento São Francisco, procura responder a esta questão. A iniciativa, que surge a pretexto do I Encontro Literário “Cidades Invisíveis”, é promovida pela Câmara Municipal de Coimbra, no âmbito da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura em 2027 e pretende mostrar que a história do livro é uma sequência infinita de metamorfoses. A exposição pode ser visitada de quarta a segunda-feira, das 15h00 às 20h00, no Convento São Francisco e a entrada é gratuita.

O presidente da CM Coimbra, Manuel Machado, presente na inauguração da exposição destacou o trabalho ímpar que tem sido desenvolvido no âmbito da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027. O autarca salientou, ainda, as diferentes interpretações que cada um terá da exposição garantindo que “cada um de nós vai conseguir ver O Livro”.

 

Os livros do escritor Almeida Faria e a epopeia de Luís de Camões são os pontos de referência escolhidos por Cristina Robalo Cordeiro e António Pedro Pita, professores da Universidade de Coimbra e membros do grupo de trabalho da candidatura de Coimbra 2027, que têm a seu cargo a curadoria da exposição.

 

Cristina Robalo Cordeiro destacou Coimbra como “uma cidade de livros, de leitores e de escritores” e salientou o apoio imediato disponibilizado pela Câmara Municipal para a apresentação desta iniciativa. Trata-se de “uma performance cujo movimento deve ser recriado pelo próprio visitante”. No seu entender, a exposição pretende mostar “que a história de um livro é uma sequência infinita de metamorfoses”.

 

“O Livro Transformado” não pretende, contudo, centrar-se nestes dois autores nem propor leituras críticas ou esgotar a matéria de que são feitas as suas obras. A exposição pretende, sim, revelar materializações perfeitas de um processo de transformação. Desde a transformação que permite a materialização do pensamento através da escrita, passando pela tradução, até à recriação em braille ou em áudio, ou mesmo através da ilustração, encontrará o livro “desmaterializado” o lugar último da sua transmigração?

 

Patente até 5 de setembro, a exposição convida a entrar num percurso original pelas múltiplas vidas do livro, através de um pequeno labirinto de formatos, modos e géneros distintos, que Camões e Almeida Faria exemplificam de forma modelar e inspiradora.

 

 

O livro inspirador: Adaptações e metamorfoses d’Os Lusíadas

Início de uma cadeia de criação contínua, Os Lusíadas são exemplares na figuração desta “metamorfose”. “O Livro Transformado” convida, por isso, a descobrir a transformação desta obra através da tradução em 19 línguas – mirandês, espanhol, catalão, francês, inglês, italiano, alemão, neerlandês, sueco, russo, romeno, checoslovaco, japonês, hebraico, latim, húngaro, arménio e esperanto.

 

Os visitantes terão a oportunidade de contemplar, ainda, uma instalação artística – uma reprodução integral d’Os Lusíadas, dos seus 10 cantos, 1.102 estrofes e 8.816 versos decassílabos, convertidos, agora, numa única folha. O desafio não poderia ser mais simples: os visitantes terão apenas que pegar na lente de aumento para conseguir ler a sua estrofe predileta, aqui reproduzida em formato miniatura. A exposição apresenta, também, algumas estâncias do Canto I d’Os Lusíadas em braille e, ainda, alguns exemplares destinados às crianças. Por fim, mas não menos impactante, será possível ouvir uma sonificação da epopeia.

 

 

A Paixão: As vidas de um Livro

“O Livro Transformado” abre, também, as portas para revisitar os livros de Almeida Faria. As adaptações literárias – nomeadamente para teatro –, as traduções, a importância das artes visuais, a música, a tecnologia (com a experiência da Máquina de Ouver) e a importância que assumem nas diversas vidas que o livro pode representar prometem transformar a forma como os visitantes veem, ouvem e sentem a obra deste autor.

 

O escritor Almeida Faria foi uma das figuras que participou na inauguração da exposição.  No momento participaram, ainda, vários escritores de Coimbra, bem como Carlos Quiroga – escritor galego que se encontra em residência artística em Coimbra e que participará no Encontro Literário Internacional “Cidades Invisíveis”, que decorre de 26 a 29 de maio.

 

Almeida Faria aproveitou para agradecer todo o trabalho desenvolvido em torno da exposição e que, no seu entender, “exibe uma vizinhança surpreendente com o poeta nacional por excelência e que se deve à inspirada audácia da professora e da restante equipa de trabalho.”

 

A exposição pode ser visitada de quarta a segunda-feira, das 15h00 às 20h00, no Convento São Francisco e a entrada é gratuita.

Informações adicionais através do número 239 857 191 ou do e-mail bilheteira@coimbraconvento.pt.

 

 

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