10 Setembro 2021

Presidente da CM Coimbra e ANMP destaca Jorge Sampaio como cidadão exemplar de personalidade humanista

Presidente da CM Coimbra e ANMP destaca Jorge Sampaio como cidadão exemplar de personalidade humanista

O presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, destacou a personalidade humanista, progressista e solidária do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que morreu hoje aos 81 anos. Em declarações à agência Lusa, Manuel Machado lembrou a “faceta humanista de um cidadão exemplar e a forma digna de fazer política, com determinação e sem agressividade desnecessária”. “Jorge Sampaio faz muita falta. Se nos recordarmos como ele adotou a sua conduta depois de cessar funções de Presidente da República e como continuou ativo em defesa de causas relevantes para a sociedade portuguesa e para a humanidade”, frisou Manuel Machado.

Jorge Sampaio “constitui um exemplo para políticos honrados que queiram prosseguir a vida democrática portuguesa e também um exemplo para outros países do mundo, como pacifista que era”, sublinhou.

 

“As soluções que preconizava, em geral, eram aquelas que o levassem à construção ou à compreensão dos que pensavam de modo diferente e manteve-se nessa linha de retidão como cidadão até ao fim”, disse o presidente da Câmara de Coimbra.

 

O também presidente da ANMP salientou a participação de Jorge Sampaio na luta pela defesa da liberdade e da democracia, e mais recentemente o seu envolvimento em causas sociais e na criação da Plataforma Global para os Estudantes Sírios, com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

 

“Jorge Sampaio faz muita falta. Se nos recordarmos como ele adotou a sua conduta depois de cessar funções de Presidente da República e como continuou ativo em defesa de causas relevantes para a sociedade portuguesa e para a humanidade”, frisou Manuel Machado, que foi eleito pela primeira vez presidente da Câmara de Coimbra, em 1989, no mesmo ano em que o antigo Presidente da República foi eleito para a autarquia de Lisboa.

 

Em nota de imprensa, a ANMP também “lamenta profundamente a morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio e apresenta, neste momento de dor profunda, as mais sentidas condolências à família e aos amigos deste homem ímpar, que manteve, ao longo de toda a vida, uma constante intervenção cívica, política e cultural reconhecida por um extenso número de homenagens, condecorações e distinções honoríficas nacionais e estrangeiras”.

 

“A sua extensa obra – cívica, política, cultural – muita publicada em jornais, revistas e livros – testemunha a sua dimensão humanista e democrata e o seu caráter de intelectual combatente pela liberdade, sem o qual ficamos todos, a partir de hoje, muito mais pobres”, refere ainda a nota de imprensa da ANMP.

 

Os municípios lembram ainda Sampaio como “um cidadão de Portugal e do mundo”, que “desempenhou com o maior humanismo e generosidade as mais altas funções do Estado e diversos cargos relevantes em organismos de grande prestígio internacional (como a Comissão Europeia dos Direitos do Homem, a União das Cidades de Língua Portuguesa, a União das Cidades Ibero-Americanas ou a Federação Mundial das Cidades Unidas)”.

 

“Antes do 25 de abril de 1974, foi um ativista estudantil de referência na frente de combate ao fascismo, um dos protagonistas da crise académica da década de 60 e um participante ativo nos movimentos de resistência ao regime e de busca de uma alternativa democrática. Depois da revolução de abril, aderiu ao Partido Socialista (1978), tornando-se uma das suas referências maiores e Secretário-Geral (1989). Foi deputado, foi eleito duas vezes Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, período em que integrou o Conselho Geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses, e foi eleito duas vezes Presidente da República com o apoio de personalidades de todas as áreas políticas”, lembra ainda a ANMP.

 

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.

 

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 1960, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

 

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

 

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

 

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.

 

LUSA / CM Coimbra

 

Fotografia: Museu da Presidência da República – Fotografia oficial do Presidente Jorge Sampaio. 2001

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