A Taberna Toca do Gato existe, pelo menos, desde 17 junho de 1930, data de um alvará com a autorização de venda de vinhos pelo estabelecimento. Próximo da Portagem, em plena baixa de Coimbra, a entrada faz-se pela Rua dos Gatos (ou da Sota) e é precisamente uma escultura de um gato que tem à porta que lhe dá o nome. A candidatura confirma o histórico de atividade do estabelecimento no contexto académico e tradicional de Coimbra, com, presumivelmente, um século de atividade continuada, bem como uma atividade ininterrupta de restauração e convívio, destacando-se as referências de boémios da Academia dos inícios do século XX, bem como figuras históricas dessa época. A taberna é hoje uma referência histórica, sociológica e gastronómica da cidade.
A candidatura atesta o esforço do proprietário na preservação e conservação do património material, tendo sempre mantido os traços arquitetónicos e decorativos iniciais, que lhe dão o ambiente de taberna tradicional. Este é, pois, “um espaço de preservação da memória histórica coletiva, construída por anos de convívio da comunidade académica e frequência local, constituindo, assim, um inegável património imaterial, registado em testemunhos escritos e fotográficos”, lê-se na informação dos serviços municipais. A candidatura foi avaliada e foram confirmados todos os critérios necessários à obtenção do reconhecimento.
Recorde-se que a CM Coimbra aprovou, na reunião do executivo municipal do dia 05 de março de 2018, uma ficha de candidatura para a instrução de processos de reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico e cultural ou social local, de forma a auxiliar os estabelecimentos ou entidades que pretendessem ver efetivado esse reconhecimento. O objetivo passa, pois, por simplificar o procedimento, para que os estabelecimentos que se enquadrem nas categorias previstas na lei, entre eles as repúblicas de estudantes de Coimbra e as lojas com história, possam desencadear, com maior celeridade e simplicidade, o seu processo de pedido de reconhecimento como entidade de interesse histórico e cultural ou social local.