A iniciativa deve arrancar depois das férias da Páscoa de 2022, querendo assumir-se como uma experiência “imersiva” de contacto com a ciência para todas as crianças da rede pública do pré-escolar de Coimbra, disse à agência Lusa o diretor do Exploratório, Paulo Trincão. “É uma escola onde as crianças vão passar uma semana inteira, de forma imersiva. Vão de manhã, como se fossem para a sua escola normal, e passam o dia inteiro no Exploratório, mas também com atividades e visitas organizadas fora, sempre em torno da ciência”, explicou.
Segundo Paulo Trincão, todas as semanas haverá também um contacto das crianças com um investigador da Universidade de Coimbra, num projeto que pretende motivar e sensibilizar os mais pequenos para as práticas científicas. “Já existem algumas escolas Ciência Viva no país, mas não havia nenhuma para o pré-escolar. É uma experiência piloto que vamos ter e estamos muito entusiasmados, depois de já termos tido muita experiência de trabalho com crianças”, frisou.
“A Câmara Municipal de Coimbra está com muita vontade de trabalhar neste projeto e deveremos também formar funcionários camarários que trabalham no pré-escolar”, acrescentou ainda Paulo Trincão.
Já a vereadora da Educação da CM Coimbra, Ana Cortez Vaz, salientou na reunião do executivo municipal que este projeto foi “muito bem acolhido por todos os Agrupamentos de Escolas, que reconheceram a sua qualidade e rigor científico e educativo”. A autarca realçou também que este é o “primeiro projeto ao nível nacional de educação em ciências, direcionado às crianças do pré-escolar, a integrar a Rede de Escolas Ciência Viva”.
O projeto, que conta com um “financiamento simbólico” do Plano de Recuperação e Resiliência (20 mil euros para instalação e 5 mil euros por ano), assume uma parceria com a Direção-Geral da Educação (há professores destacados pela tutela) e com a Câmara Municipal, que assegura o transporte e a alimentação.
Para Paulo Trincão, o projeto é quase uma “espécie de residência artística de ciência para crianças até aos seis anos”. Por agora, o projeto quer chegar a todas as 53 turmas da rede de pré-escolar pública, mas Paulo Trincão realçou que no futuro também poderá ser alargada a iniciativa às instituições privadas.
Para o futuro, o diretor do Exploratório de Coimbra “sonha” também com a criação de um infantário contíguo àquela instituição, para trabalhar a introdução à educação científica em crianças ainda mais novas.
Na segunda-feira, o executivo da Câmara de Coimbra aprovou um apoio para a realização deste projeto.
Na mesma reunião, foi aprovada uma proposta de protocolo de cooperação entre o município e o Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola nº 10 (CASPAE), no âmbito da oferta educativa “Um dia na Casa da Mata” do projeto “Limites Invisíveis”. O projeto, a funcionar desde 2015, proporciona atividades na Mata Nacional do Choupal, sendo que com o protocolo agora celebrado é estendido a todas as crianças dos estabelecimentos de educação pré-escolar da rede pública do concelho de Coimbra.
LUSA/ CM Coimbra