22 Fevereiro 2022

A pensar em 2027: Coimbra empenha-se na criação do Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa

A pensar em 2027: Coimbra empenha-se na criação do Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra aprovou, na sua reunião do executivo de ontem, uma proposta de protocolo de cooperação com o Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho com vista à criação do Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa. Esta é uma iniciativa empreendida pelo grupo de trabalho da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, que visa valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo.

No livro da candidatura (‘bid book’) de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, oficialmente apresentado no passado mês de dezembro, a autarquia e o grupo de trabalho anunciaram vários investimentos em infraestruturas culturais que o município pretende criar nos próximos cinco anos. Entre os quais está o Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa, com um investimento previsto de cerca de seis milhões de euros.

 

Nesse sentido, a CM Coimbra dá agora o primeiro passo no sentido de formalizar estas intenções, através da aprovação de um protocolo de cooperação a estabelecer entre o Município, a secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho.

 

O objetivo passa por valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo”, desiderato que, para a autarquia conimbricense, “representa um passo fundamental na afirmação de Coimbra como cidade do conhecimento e da cultura”, segundo informação analisada na reunião do executivo municipal.

 

Nesse sentido, a secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo compromete-se a disponibilizar, dentro das suas possibilidades, o conteúdo do Museu da Língua Portuguesa, que esteja com direitos de autor disponíveis para uso em circuito internacional, para ser utilizado no Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa, sendo ainda autorizado o uso do nome, da marca e da referência ao Museu da Língua Portuguesa para a implantação deste Pólo Europeu.

 

Por sua vez, a Fundação Roberto Marinho compromete-se a enveredar esforços no sentido de compartilhar o seu conhecimento técnico e know-how para colaborar nos estudos com vista à definição do modelo deste Pólo Europeu, a partir da sua experiência na implantação do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, nas diversas vertentes do projeto (arquitetura, museografia, curadoria, tecnologia, acessibilidade, educativo, comunicação, entre outras). Entre outros compromissos assumidos, a Fundação vai também divulgar esta iniciativa no seu canal de televisão – Canal Futura -, bem como compartilhar conhecimento técnico para formação de alianças com canais de televisão e outras iniciativas de comunicação pública e educativa de Portugal e demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

 

Já o Município de Coimbra vai promover ações adequadas à prossecução dos objetivos propostos no protocolo, especialmente as relacionadas com o desenvolvimento e planeamento dos recursos necessários e à gestão do Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa na cidade. A produção de material promocional e a seleção de imóveis com condições para instalar este Pólo Europeu também serão responsabilidade da autarquia, que se compromete ainda a licenciar parte dos conteúdos produzidos, para que o Museu da Língua Portuguesa o possa incluir no seu espaço expositivo.

 

No protocolo fica ainda estabelecido que este compromisso não implicará a transferência de recursos financeiros ou materiais entre as partes outorgantes, nem entre estes e terceiros, sendo que o mesmo entra em vigor na data da sua celebração, vigorando pelo período de 24 meses, podendo ser denunciado, a qualquer momento, por qualquer uma das partes.

 

Recorde-se que, em dezembro passado, a CM Coimbra apresentou oficialmente a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, que foi transmitida ‘online’ do Convento São Francisco, de São Paulo (Brasil), Dubai, Bruxelas (Bélgica), Esch (Luxemburgo) e Cidade da Praia (Cabo Verde), onde elementos do grupo de trabalho estiveram em direto com entrevistas a personalidades ligadas à cultura.

 

Sob o lema “Correntes de Mudança”, a candidatura divide-se em cinco eixos: “A Invenção de um rio” (a centralidade do rio no desenho da cidade); “O cheiro do café” (o espírito do encontro, das ideias e da dialética); “Partículas elementares” (os vários patrimónios materiais e imateriais), “Intermitências da Luz” (artes, inovação e criatividade); “Corpos em movimento” (projeção de Coimbra na Europa e no Mundo). Segundo o documento, desde 2018, foram gastos 2,6M€ na preparação da candidatura, estando previsto que o município aloque cerca de 18M€, entre 2022 e 2027.

 

Ao todo, o grupo prevê um investimento de 60M€ na Capital Europeia da Cultura 2027, incluindo o apoio do Governo e dos vários municípios que constituem a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

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