13 Maio 2022

CM de Coimbra inaugura exposição “Luz e Memória”, com obras da AA Contemporary Art Colletion

CM de Coimbra inaugura exposição “Luz e Memória”, com obras da AA Contemporary Art Colletion

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra inaugura amanhã, dia 14 de maio, às 16h30, na Sala da Cidade, a exposição “Luz e Memória”, que apresenta obras de artistas plásticos contemporâneos de renome internacional: Christian Boltanski, Francisco Tropa e Miroslaw Balka. A exposição resulta da expansão da atividade do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra que mostra, num outro espaço cultural municipal, um conjunto de obras da AA Contemporary Art Colletion.

Amanhã, pelas 16h30, é inaugurada a exposição “Luz e Memória”, na Sala da Cidade (Antigo Refeitório do Mosteiro de Santa Cruz), com trabalhos de Christian Boltanski, Francisco Tropa e Miroslaw Balka. Ainda no sábado, às 22h30, está programada uma visita acompanhada à exposição, por António Cerdeira (Coordenador do Plano Nacional das Artes, que articula com o município o programa interpretativo da exposição), no âmbito da Noite Europeia dos Museus. A participação é livre.

 

Com curadoria de António Albertino e cenografia do Arquiteto João Mendes Ribeiro, a exposição apresenta trabalhos de três grandes autores contemporâneos: Christian Boltanski (França, 1944-2021), Francisco Tropa (Portugal, 1968) e Miroslaw Balka (Polónia, 1958), obras gentilmente cedidas pela AA Contemporary Art Collection.

 

Patente até ao dia 20 de agosto, esta exposição reveste-se de grande importância para o Município, não apenas pela reunião destes singulares autores mas, sobretudo, porque a materialidade das suas obras evoca a memória de uma história não muito longínqua e que os trágicos acontecimentos da guerra na Ucrânia trouxeram, de novo, à atualidade.

 

A exposição é promovida pelo Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (CACC), que foi instituído em 2020 para receber uma parte da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, dando agora continuidade ao novo ciclo de exposições tomando como sujeito várias coleções públicas e privadas. O CACC, pela primeira vez, expande a sua atividade para além do seu lugar de origem, para mostrar este conjunto de obras da AA Contemporary Art Colletion (Coimbra) cumprindo, assim, uma das suas várias missões: mostrar coleções privadas da cidade e da região. Este gesto pretende reconhecer a importância do colecionismo privado como um dos motores essenciais para o desenvolvimento da própria criação contemporânea no domínio da arte, ao mesmo tempo que estabelece uma ligação substantiva entre a cidade e os seus munícipes.

 

A Sala da Cidade, antigo refeitório (séc. XVI) do Mosteiro de Santa Cruz cumpre-se como lugar intemporal pronto para conciliar as sombras do seu passado com a materialidade das obras destes três artistas contemporâneos.

 

“Luz e Memória” pode ser visitado até ao dia 20 de agosto, de terça-feira a sábado, das 13h00 às 18h00 (Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, 54, Coimbra).

 

Sobre a exposição

O percurso sugerido parte de uma questão colocada por Günter Grass, em 1990, numa célebre conferência, onde pergunta se será possível continuar a fazer arte e a escrever poemas depois de Auschwitz. Incapaz de conviver com a condição de sobrevivente, o poeta Paul Celan, que se suicidara em 1970, parecia ter dado a resposta.

Miroslaw Balka, inspirou-se na sua poesia para empreender uma profunda reflexão sobre o sentido do sofrimento e a memória do Holocausto. Christian Boltanski explorou o mesmo tema, evocando as memórias íntimas das vítimas mais frágeis, procurando na singularidade de cada uma delas um sentido para escapar ao absurdo da inexistência. Se a barbárie nos fez construtores do nosso Inferno, como nos poderemos redimir? 

 

Revisitemos o imaginário de Dante Alighieri, quando o Inferno era ainda uma visão literária. Desçamos às profundezas da gruta, sugerida pelas obras de Francisco Tropa acolhidas num santuário desenhado por João Mendes Ribeiro, esperando encontrar, tal como Dante, a Rosa Celestial que nos redimirá, dando algum sentido à «rosa de Nada / rosa de Ninguém» do malogrado Celan.

 

António Cerdeira, Coordenador – Plano Nacional das Artes

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