22 Julho 2022

Consignação da empreitada de construção do troço Aeminium – Hospital Pediátrico e Remodelação das Redes de drenagem de águas residuais

Consignação da empreitada de construção do troço Aeminium – Hospital Pediátrico e Remodelação das Redes de drenagem de águas residuais

A Infraestruturas de Portugal (IP) informa que foi hoje consignada a empreitada de construção da futura Linha do Hospital na cidade de Coimbra, que ligará a zona da Av.Aeminium ao Hospital Pediátrico, no âmbito do projeto de criação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).

Numa cerimónia realizada esta tarde, que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra, foi assinado o auto de consignação da empreitada, ato que marca o início da obra, pela IP e pela Águas de Coimbra, entidades adjudicantes, e pela empresa CIMONTUBO – Tubagens e Soldadura, que irá executar a obra que tem um valor associado de 15,5 milhões de euros e um prazo de execução de 18 meses.

A empreitada é promovida em conjunto e coordenada entre a IP e a Águas de Coimbra.

Do âmbito da IP serão realizados os seguintes trabalhos:

  • Construção de um canal com 3,5 quilómetros de extensão e com largura de 7 metros, aptado para o futuro serviço Metrobus
  • Criação de 9 estações para passageiros.
  • Realização de uma zona terminal de carregamento elétrico.
  • Intervenção em 5 rotundas e 20 interseções.
  • Construção de uma Ligação Mecânica (elevador) entre a estação dos Hospitais da Universidade de Coimbra e a Av. Bissaya Barreto.
  • Remodelação do espaço público do eixo viário existente, compatibilizando o mesmo com as infraestruturas subterrâneas e o mobiliário urbano.

A Águas de Coimbra irá promover a remodelação das redes de abastecimento de agua e de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais, envolvendo a execução das seguintes intervenções:

Uma rede de abastecimento de água

Novas redes de drenagem doméstica

Novas redes de drenagem pluvial

Sistema de Mobilidade do Mondego

O futuro da Mobilidade na região de Coimbra está já a ser construído

O empreendimento Sistema de Mobilidade do Mondego está a ser desenvolvido pela Infraestruturas de Portugal e pela Metro Mondego, consistindo na implementação de um Metrobus com tração elétrica (a baterias) no antigo ramal ferroviário da Lousã e na área urbana de Coimbra. Com uma extensão total de 42 quilómetros, fará a ligação entre Serpins, Lousã e Miranda do Corvo a Coimbra (servindo a estação de Coimbra B e o eixo central da cidade entre a beira rio e a zona dos hospitais da cidade).

O projeto do SMM tem como principais objetivos:

  • Promover a mobilidade sustentável, através da implementação de um serviço de mobilidade atrativo e competitivo, operado por autocarros elétricos, conduzindo à transferência modal para um modo de transporte energeticamente mais eficiente e com menores emissões.
  • Reforçar a intermodalidade do sistema de transportes da região de Coimbra, criando condições de integração física, bilhética e tarifária.
  • Promover a ligação dos municípios de Lousã e de Miranda do Corvo ao centro urbano de Coimbra sem transbordo, com excelentes condições de segurança e fiabilidade, reforçando a integração económica e social do território.

O futuro Metro do Mondego é um meio de transporte moderno, seguro e confortável, que irá garantir uma alternativa de mobilidade eficiente e sustentável, disponível para as populações da região de Coimbra.

Intervenção do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva

Boa tarde a todas e a todos.

Exmo Sr. Primeiro Ministro, Dr. António Costa, permita-me que na sua digníssima pessoa, por economia de tempo, cumprimente todas as pessoas presentes.

Hoje damos mais um passo relevante para o desenvolvimento do sistema de transportes de Coimbra, que queremos assinalar e saudar. Com a consignação da Linha do Hospital, o trecho mais urbano do Sistema da Metro Mondego, o avanço do projeto transforma-o numa realidade em que mesmo os mais céticos começam a acreditar. Alguns queriam que entravássemos o processo em curso, mas nós estamos aqui para acelerar Coimbra rumo ao futuro, não para continuarmos a marcar passo no passado, razão pela qual também felicito a apresentação, hoje de manhã, perante o Senhor Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, do relatório final do Grupo de Trabalho para a criação da Entidade Gestora do Sistema Intermodal da Região de Coimbra.

Mesmo não sendo o projeto que desejávamos, dadas as deficiências identificadas e que já não foi possível ultrapassar nesta fase de concretização do sistema, como é o caso da exclusão do polo I da UC do circuito do MetroBus, consideramos que há excelentes condições técnicas, políticas e institucionais para trabalharmos em conjunto no sentido de dotar o Concelho de Coimbra e a Região Centro de um sistema intermodal de transportes capaz de responder às necessidades dos conimbricenses e dos munícipes dos concelhos vizinhos.

Assim, queremos assinalar e agradecer à Metro Mondego e à IP, e, por conseguinte, ao Governo, o conjunto de melhorias que ainda foi introduzido depois da nossa tomada de posse, algumas das quais extremamente significativas, como a transformação da paragem da Câmara de um apertado beco numa grande praça ampla, funcional e com uma nova frente urbana requalificada.

Coimbra quer afirmar-se como uma cidade modelo no sector dos transportes, aberta à implementação de um conjunto de medidas e ações que contribuam de forma efetiva para a alteração do paradigma da mobilidade urbana, em linha com os compromissos assumidos no Acordo de Paris e com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, consubstanciados a nível nacional no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050.

Para isso contribuirá significativamente a concretização do Metro Mondego, projeto que Coimbra e a sua Região aguardavam há mais de 30 anos. Todavia, precisamos de mais e queremos mais, naturalmente!

Precisamos que a Alta Velocidade sirva diretamente a cidade, como agora está previsto, e de um novo projeto para a Estação de Coimbra B que vá muito além de um mero lifting e que orgulhe, dignifique e requalifique a cidade. Precisamos de construir finalmente uma estação intermodal, que integre de forma articulada todos os modos de transporte e que potencie uma nova centralidade urbana, catapultando o desenvolvimento urbanístico, económico e social do espaço envolvente e de todo o município. Depois do diálogo que desenvolvemos com a IP, e com as mudanças introduzidas, estamos crentes que assim vai ser, o que nos apraz registar.

Ao nível urbano estamos empenhados em fomentar o uso dos modos suaves, de forma lógica e segura, em alternativa ao veículo individual. Agora, é altura de alargarmos a rede de ciclovias ao espaço urbano numa ótica de transferência modal, pelo que aguardamos com grande expectativa o lançamento do PT 2030.

Deixámos para o final desta curta exposição uma rápida referência aos SMTUC, os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, aproveitando a presença de V. Exas.

Este operador interno da CMC assegura atualmente 110 linhas urbanas e conta com uma envelhecida frota de cerca de 170 autocarros, maioritariamente movida a combustão interna, enfrentando uma taxa de imobilizados que atinge os 35%, uma quebra da procura de cerca de 40%, como o reflexo dos dois anos de pandemia da COVID-19, e, por inerência, uma redução acentuada da receita de bilheteira.

A sobrevivência dos SMTUC depende, ano após ano, do aumento sistemático do subsídio à exploração, retirado ao orçamento da Câmara Municipal de Coimbra. Só em 2021, e sem contar com a componente de investimentos, a CMC transferiu para os SMTUC cerca de €9 milhões. Em 2022, o aumento do custo da energia e dos combustíveis, em parte motivado pela infame guerra na Ucrânia, já justificou, além deste montante, um reforço de mais €1,5 milhões, que sabemos que não vai ser suficiente.

É certo que o Programa e os reforços do PART, implementados pelo Governo e direcionados para compensar a perda de receitas resultantes da operação dos transportes essenciais, foram uma ajuda imprescindível, mas, ainda assim, muito aquém das efetivas necessidades dos SMTUC. A agravar, o futuro é ainda mais incerto. Para além da recuperação dos níveis de procura de 2019 ser lenta e tardar a ser restaurada, com a entrada ao serviço do sistema do Metro Mondego, os SMTUC irão perder a operação das linhas mais rentáveis, agravando o seu deficit de exploração.

É preciso que o Governo olhe para Coimbra e para o resto do país à semelhança do que atualmente faz com as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Não é aceitável que 4 anos após o lançamento do programa, mais de 85% da dotação do PART continue a ser direcionada para as duas áreas metropolitanas, remetendo a pesada responsabilidade de resposta à função social assegurada pelos transportes e o cumprimento das obrigações de serviço público, para a autarquia de Coimbra, com claro prejuízo de outras funções sociais.

É urgente garantir a equidade de tratamento, pelo que, à semelhança do que acontece com diversos operadores de transportes, iremos submeter ao Ministério do Ambiente e Ação Climática, a proposta de celebração de um contrato de Serviço Público de Transporte de passageiros, com uma proposta de regulação das obrigações de serviço público, de forma a garantir a comparticipação direta do governo na salvaguarda da função social e da equidade e coesão social e territorial do serviço público de transportes.

Importa ainda abordar a flagrante injustiça que se mantém desde 2009, relativamente aos motoristas dos SMTUC que, por força do disposto na Lei n.º 12-A/2008 de 27 de fevereiro, transitaram da categoria de Agente Único para a carreia geral de assistente operacional, com a inerente redução salarial. Não é aceitável que um motorista, responsável pelo transporte de passageiros em segurança, cujo recrutamento exige uma série de requisitos sob expensas dos mesmos, possa auferir o ordenado mínimo nacional. Senhor Primeiro-Ministro, porque está nas mãos do Governo resolver esta injustiça com uma iniciativa legislativa, faço-lhe este pungente apelo, em nome dos nossos motoristas, que começam a abandonar os SMTUC para as transportadoras privadas ou outras funções. Senhor Primeiro-Ministro, não permita que aconteça aos transportes públicos o mesmo que está a acontecer com a fuga de profissionais do SNS.

Sobre esta matéria já solicitámos uma audiência à Senhora Secretária de Estado da Administração Pública, cuja resposta continuamos a aguardar.

Nós estamos a fazer o nosso trabalho de gestão rigorosa deste serviço público, por isso apresentámos uma ponderada proposta de internalização dos SMTUC numa nova estrutura departamental da Câmara. O nosso objetivo é conservar e melhorar o serviço público de transportes urbanos de Coimbra, servir progressivamente melhor as populações, preservar todos os direitos e deveres dos trabalhadores e gerir de forma mais proficiente o município e os Transportes Públicos de Coimbra, ganhando em economia de escala e massa crítica, corrigindo conhecidas e críticas disfuncionalidades, minimizando custos da estrutura, poupando na desnecessária duplicação de vários serviços e evitando múltiplos desperdícios de longos anos.

Termino reafirmando que a presença de V. Exas em Coimbra para o ato solene que aqui vão protagonizar é uma imensa honra, que muito agradecemos, com um estratégico e poderoso significado, que registamos com sentida alegria, elevando este dia 23 de Julho a um dos mais significativos do mês em que comemoramos as festas e o dia do município de Coimbra.

Senhor Primeiro-Ministro, muito obrigado.

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