2 Novembro 2022

Intervenção inicial do presidente José Manuel Silva | Reunião de Câmara, 31 de outubro

Intervenção inicial do presidente José Manuel Silva | Reunião de Câmara, 31 de outubro

Intervenção do presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, no período Antes da Ordem do Dia da Reunião de Câmara de 31 de outubro. José Manuel Silva abordou a temática de matilhas de cães na cidade e os problemas que têm surgido, destacando a Campanha de Esterilização de Animais Abandonados que tem estado a ser implementada pela autarquia. O presidente solicitou ainda à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) a alteração da Portaria 146/2017, que proíbe o CED em cães.

 

 

Intervenção na íntegra:

 

“A CM de Coimbra tem recebido alguns relatos de quase acidente com cães de matilhas.

 

Não temos dúvidas que o problema está em agravamento progressivo, pelo que pretendemos avançar com programas Capturar-Esterilizar-Devolver (CED) para cães, o que, infelizmente, está proibido pela legislação, que apenas a prevê para gatos.

 

Já apresentámos candidatura de parques de matilhas ao PT2030, mas é uma solução a médio prazo, quando este problema exige que se comece imediatamente com uma resposta de resolução e prevenção, que passa necessariamente pela aplicação da estratégia CED em cães.

 

Uma vez que esta prática se encontra vedada pelo ponto 10 do Artº 9º da Portaria 146/2017 que proíbe o CED em cães, é emergente alterar esta Portaria e adequá-la à realidade.

 

Atento a este problema, em 29/10/ 2021, o Ministério do Ambiente enviou para parecer de diversas entidades uma proposta de alteração à Portaria, que resolvia este problema.

 

Nela se reconhecia a necessidade de esterilizar e devolver os cães errantes e se escrevia, no ponto 1 do Artº 9º, “as câmaras municipais … podendo também promover, excecional e transitoriamente, por falta de capacidade de alojamento no CRO, a esterilização de cães errantes quando não seja possível proceder à sua recolha imediata, a fim de evitar a sua reprodução e agravar a proliferação de animais errantes e formação de matilhas, no âmbito das suas competências “.

 

Lamentavelmente, a ANMP emitiu parecer desfavorável e a medida legislativa ficou em stand by.

 

Com esta intervenção, que aqui proferimos, queremos contribuir para colocar na ordem do dia esta questão, exigindo que seja autorizada, como medida de emergência, e a título provisório, a possibilidade de esterilização e devolução dos cães errantes quando os CRO se encontram cheios e não os podem recolher, o que teria um impacto muito positivo para se começar a avançar na erradicação do flagelo dos cães nas ruas que não cessa de se agravar. 

 

Não há outra solução e adiá-la é deixar crescer o número de cães nas ruas, é permitir que o risco de acidentes com cães aumente exponencialmente e é tornar cada vez mais difícil e oneroso o seu realojamento em parques de matilhas. Acresce que a maioria dos animais que estão na rua e que aí nascem não são adotáveis.

 

Por tudo isto, queremos associar a nossa voz à voz da CEAA (Campanha de Esterilização de Animais Abandonados) e solicitar à ANMP que emita um parecer positivo à proposta de alteração da Portaria 146/2017. Efetivamente, o parecer negativo, baseou-se fundamentalmente no receio que o ato de esterilização obrigasse as Câmaras a assumir uma responsabilidade perante terceiros de que, supostamente, estão agora isentos.

 

Mas, de facto, já não estão isentas, porquanto cabe às câmaras a responsabilidade de recolher os animais abandonados. E tanto faz que estejam não esterilizados, como agora, ou esterilizados e até menos agressivos por não haver ninhadas a proteger ou fêmeas a cobrir.

 

A situação atual é existirem centenas de cães abandonados em dezenas de municípios e é este flagelo que é necessário erradicar, uma situação em crescendo desde que a Lei 27/2016 foi aprovada trazendo consigo, em boa hora, o fim dos abates de animais saudáveis por excesso de população.

 

Naturalmente, porque é um problema nacional, são necessários mais apoios do Estado para realizar as tarefas necessárias para o bem-estar animal, saúde publica e segurança das populações e dos seus bens.”

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