No âmbito da consulta pública do projeto do troço de alta velocidade entre Oiã e Soure, a CM de Coimbra vai defender o eixo 3.2 em detrimento do eixo 3.1, na zona de Taveiro, por ser o traçado que terá menos impactos a nível social e ambiental no concelho de Coimbra, nomeadamente com menos habitações expropriadas e demolidas, tal como referiu a vereadora Ana Bastos.
Numa intervenção na Reunião do Executivo, a vereadora salientou que a autarquia entende a alta velocidade como “um projeto estruturante e crucial ao desenvolvimento sustentado da cidade de Coimbra e da sua região”, mas que não deixará de propor alterações ao projeto para minimizar os impactos no território, referindo que os contributos e as preocupações da população em sessões de participação pública no concelho serão também integrados no “parecer final da Câmara Municipal de Coimbra”.
Em Coimbra, o projeto de alta velocidade prevê, para além da linha de alta velocidade, a duplicação da Linha do Norte na entrada e saída de Coimbra e a construção de uma nova estação intermodal em Coimbra-B. O projeto poderá atingir um total de 63 habitações no concelho de Coimbra, notou a vereadora, frisando que, como o projeto se encontra em fase de estudo prévio, será possível otimizar o traçado com “mais detalhe” para minimizar os impactos.
Nesse sentido, o Município vai apresentar um conjunto de propostas técnicas, sugerindo ajustes e alterações de traçado, assim como a revisão da localização de paragens ferroviárias para evitar a demolição de várias habitações, disse a vereadora. A CM de Coimbra propõe ainda a adoção de medidas mitigadoras associadas à redução do ruído e um plano de renovação e de expansão para poente da Mata Nacional do Choupal, que será afetada pelo projeto.
Ana Bastos aproveitou o momento também para criticar “algumas forças políticas” que, “aproveitando-se da fragilidade e desespero das pessoas visadas”, designadamente pela duplicação da Linha do Norte, “vieram lançar contrainformação, defendendo a relocalização da futura estação da alta velocidade em Taveiro, num mero ato de populismo”. A vereadora vincou que a duplicação daquela linha “será sempre uma necessidade” para melhorar a oferta de serviços regionais e urbanos, dando o exemplo do serviço entre Coimbra e Figueira da Foz, cujo percurso demora mais de uma hora, face ao congestionamento da Linha do Norte.
“A paragem da alta velocidade em Taveiro não responde à necessidade basilar de qualquer estação intermodal. É em Coimbra-B que confluem todas as formas alternativas de mobilidade, sendo ainda compatível com os modos ambientalmente sustentáveis, como o ‘metrobus’, com a Rede Expresso, com a bicicleta, com a trotineta e com deslocações a pé”, vincou.
A criação de uma estação de alta velocidade em Taveiro teria “impactos em dezenas de habitações em Ribeira de Frade e Casais” e aumentaria “os movimentos pendulares entre o centro da cidade e Taveiro”, constatou.
A vereadora vincou ainda que, face ao impacto do projeto no concelho, o Município já assegurou que será elaborado um estudo socioeconómico detalhado “para apoiar os trabalhos de expropriações”, para mitigar os impactos, “garantindo, sempre que desejado”, que os munícipes afetados possam “manter-se nos locais de origem”.
A CM de Coimbra vai também criar um gabinete de apoio à população, “munida de profissionais, designadamente da área social e jurídica, para apoiar o processo expropriativo”, acrescentou Ana Bastos.
Ana Bastas apelou ainda à participação pública, disponível até 31 de julho. A documentação está disponível no Portal Participa, devendo as observações e sugestões serem apresentadas diretamente neste portal. Os documentos também podem ser consultados na página online da Câmara Municipal de Coimbra, através Documentos em apreciação pública — Câmara Municipal de Coimbra.
LUSA/CM Coimbra