O Município de Coimbra, através do Gabinete da Presidência, foi contactado pelos herdeiros do pintor José Sarmento, no sentido de doar o seu espólio artístico de pintura e de desenho, constituído por 274 obras e avaliada em cerca de 1,2 milhões de euros (M€). Além da pintura a óleo e a aguarela, José Sarmento dedicou-se ao desenho. A qualidade dos seus trabalhos – lê-se na informação municipal – permitiu que figure em coleções nacionais e estrangeiras, testemunho evidente das suas vivências nos cinco continentes, pois durante 31 anos da sua vida, viveu no estrangeiro onde ocupou cargos diplomáticos, nomeadamente embaixador de Portugal no Perú.
No mesmo documento recorda-se que, entre novembro de 2005 e janeiro de 2008, realizou-se Museu Municipal de Coimbra, uma exposição de José Sarmento, com obras que integram a referida coleção, comissariada por José Sommer Ribeiro, administrador e diretor da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, à data da exposição, e diretor do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian.
José Sarmento nasceu, em Coimbra, no ano de 1932 – pode ler-se na informação municipal – e estudou Direito e Letras na Universidade de Coimbra, completando a sua formação académia na área de História, ao defender a tese de Estética Comparada “Influência da Estampa Japonesa na Pintura Ocidental”. Entre as diversas estéticas, a que mais marcou a sua obra artística foi a Oriental (Extremo-Oriente japonesa), colhendo dela o monocromatismo das escolas de Kano a Zen, e o policromatismo dos períodos de Mornoyama à pintura de Ukyo, refere-se na mesma fonte.
Com exposições individuais e coletivas desde 1995 até 1999, ano da sua morte, deixou também a sua sensibilidade e criatividade em três livros de poesia, a tradução para português do ensaio “Introduction à l’Histoire” de Louis Halphen e a colaboração em jornais e revistas portuguesas e estrangeiras. Figura no Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses de Fenando Pamplona, da Academia Nacional de Belas Artes.