O projeto do Bosque dos Loios visa a criação de um novo espaço verde dedicado à preservação e recuperação da flora autóctone numa área delimitada entre a Rua Miguel Torga, a Rua Alberto Oliveira e a Quinta de São Jerónimo, e tem como objetivos promover elementos de resiliência ambiental e potenciar os serviços dos ecossistemas.
Para a execução do projeto, constituiu-se um grupo de trabalho, suportado nos princípios da responsabilidade partilhada, composto por quatro entidades: a Câmara Municipal de Coimbra, a Invasoras.pt (Plataforma de informação e ciência-cidadã sobre plantas invasoras em Portugal), o movimento cívico Jardim Monte Formoso e a Milvoz – Associação de Proteção e Conservação da Natureza. Este grupo visa estabelecer ações direcionadas ao planeamento e execução do projeto. No entanto, prevê-se que também haja participação dos cidadãos, a título individual, nas diversas fases do projeto.
Este projeto parte do princípio de que os corredores ecológicos, ou “corredores verdes”, são elementos fundamentais de resiliência urbana, na medida em que proporcionam conexão entre ecossistemas da estrutura verde urbana. Defende-se, pois, que desempenham um papel crucial na preservação da biodiversidade e na promoção da conectividade entre diferentes ecossistemas dos espaços verdes. Essas faixas de espaços verdes, muitas vezes estreitas, facilitam as dinâmicas de deslocamento entre a biodiversidade existente.
Através da criação do Bosque dos Loios pretende-se efetuar o preenchimento de uma lacuna de conectividade entre espaços verdes já existentes. O futuro Bosque dos Loios é, claramente, o elemento que faltava para o estabelecimento de um corredor ecológico funcional, coerente e eficiente. O foco principal da operação assenta no compromisso de reposição de elementos vegetais com o respetivo enquadramento fitossociológico e que originalmente habitavam o local, promovendo a biodiversidade e resgatando a identidade ambiental da região.
A intervenção concentrar-se-á, para além da preservação dos elementos vegetais existentes com interesse de conservação, na reintrodução de espécies arbóreas, nomeadamente, Quercus suber e Quercus faginea, bem como elementos arbustivos e subarbustivos como Ulex spp, Cistus, spp, Erica spp, entre outas. Pretende-se, ainda, permitir a possibilidade de criação de um espaço de lazer focado na função ecológica, com a possibilidade da circulação pedonal entre a Quinta de São Jerónimo e a Rua Alberto Oliveira, onde está localizada a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Está, ainda, prevista a colocação de caixas-ninho em algumas das árvores adultas já existentes, para o desenvolvimento de um pequeno projeto piloto de análise do estabelecimento de espécies até então ausentes, designadamente algumas das quais são controladoras de ‘pragas’, nomeadamente morcegos e passeriformes insetívoros.
Será, também, colocada iluminação artificial adaptativa, para proteção de aves, insetos, entre outros, de acordo com indicações da associação internacional Dark Sky, que visa combater a poluição luminosa, adaptando o horário de funcionamento das luminárias e a sua temperatura de cor ao longo da noite, esta última por aproximação a cores mais vermelhas.
No local serão ainda potenciadas situações de lazer através da colocação de mobiliário urbano devidamente enquadrado no objetivo primordial do projeto em questão.