Skip to main content
Coimbra heraldic loading icon
Saltar para o conteúdo principal

15 Abril 2024

Espetáculo de dança “ΛƬSUMOЯI” estreia dia 27 de abril no festival Abril Dança Coimbra

Espetáculo de dança “ΛƬSUMOЯI” estreia dia 27 de abril no festival Abril Dança Coimbra

A coreógrafa Catarina Miranda estreia em Coimbra, no próximo dia 27 de abril, no Teatro Académico Gil Vicente, o espetáculo de dança “ΛƬSUMOЯI”, inspirado numa peça de teatro japonesa do século XV, que apresenta em palco fantasmas e espetros, que cruzam linguagens do passado, do presente e do futuro. O espetáculo insere-se no festival Abril Dança Coimbra, tendo depois apresentações no festival Dias da Dança (DDD) no Porto e posteriormente em Paris, Plovdiv (Bulgária), Aveiro, e, em 2025, em Lisboa.

Ao longo da peça, cinco bailarinos assumem-se como espetros ou fantasmas, afirmando-se, dobrando realidades, passando de um gesto com referências ao vocabulário e técnicas do teatro ancestral japonês ‘noh’ para posteriormente se inspirarem em “danças urbanas e contemporâneas, mais afirmativas”, disse à agência Lusa a coreógrafa. “Todos [os bailarinos] questionam o corpo, se calhar em diferentes fases de aceitação de perceber que corpo é aquele, o que foi, como volta a remembrar um corpo já não é o que conhecia. Posteriormente, aceita a sua dimensão e então afirma-se e ocupa o espaço”, conta Catarina Miranda.

 

A entrada de danças mais afirmativas e alegres, urbanas e contemporâneas, dizem também respeito aos próprios “vocabulários” dos bailarinos em palco, explicou.

 

O novo espetáculo de Catarina Miranda, coapresentado pelo Abril Dança Coimbra e DDD, surge de um fascínio e interesse da coreógrafa em estudar “como culturas diferentes criam sistemas de tradução que evocam a relação com o desconhecido, com a morte, com o sagrado”. Foi no seguimento desse estudo, que surgiu o interesse pelo teatro ‘noh’, caracterizado “pela técnica essencial do gesto, a manipulação do objeto, uma temporalidade elástica”, explicou a coreógrafa, que esteve no Japão para melhor compreender este teatro ancestral, cujo formato se mantém muito próximo do original.

 

No âmbito do curso, conheceu a peça de teatro ‘noh’ Atsumori, que tem como protagonista o fantasma de uma criança guerreira que volta à terra para se vingar da sua própria morte, mas que descobre que quem o matou ficou “tão chocado que se converteu em monge budista e passou a rezar por ele”, disse.

 

No seu espetáculo, Catarina Miranda não se propõe a trabalhar aquela peça, mas parte de uma inspiração em torno daquela condição de fantasma, “da transparência, de se viver na sombra, da incomunicabilidade com os vivos”. “É sobre a condição de se ser um espetro. Em palco, há memórias de construção social de quando se era vivo, construção de repetição, de gestos”, afirmou, salientando que, numa dimensão sonora, o espetáculo é acompanhado por sons de faíscas, palmas, sinos, sussurros e chamamentos. Para além de convocar o passado e o presente, o espetáculo, sobretudo na sua proposta cenográfica, propõe também linguagens futuristas, com um “chão e teto luminosos”, acrescentou.

 

Com produção da Material Diversos, o espetáculo é interpretado por Cacá Otto Reuss, Joãozinho da Costa, Lewis Seivwright, Maria Antunes e Mélanie Ferreira. O desenho de luz é de Joana Mário e Leticia Skrycky e a composição sonora de Lechuga Zafiro.

 

O festival Abril Dança Coimbra é organizado pelo Convento São Francisco/Câmara Municipal de Coimbra, TAGV/UC, O Teatrão e A Escola da Noite, partindo de um interesse comum pela dança contemporânea, reconhecendo o lugar central que esta ocupa na renovação da linguagem das artes performativas nas últimas décadas.

 

Créditos fotográficos: Material Diversos

 

LUSA/CM de Coimbra

Câmara Municipal de Coimbra logo

Câmara Municipal de Coimbra

Praça 8 de Maio - 3000-300, Coimbra
geral@cm-coimbra.pt
239 857 500 (chamada para a rede fixa nacional)