A obra “Portugal, 50 anos depois do 25 de abril” é um livro para pensar o país que fomos (em 1973), o país que construímos (entre 1973 e 2023) e o país que queremos ser amanhã. Uma visita guiada aos últimos 50 anos de Portugal, que conta com a direção científica de João Gouveia Monteiro e textos de Diogo Abreu, Eduardo Anselmo, Boaventura de Sousa Santos, Helena Roseta, Paulo Marques, Abílio Hernandez, Maria Vlachou, Joaquim Furtado, Clara Almeida Santos, António Leuschner, Margaria Pedroso de Lima, André Barata e Manuela Cruzeiro. Uma obra que engloba visões de gerações diferentes, com experiências distintas e olhares contrastantes.
O debate vai abordar temas cruciais com a alfabetização, a política cultural do Estado Novo, a escolaridade obrigatória, a democratização do acesso ao Ensino Superior, o tipo de ensino que ministramos ou a importância crucial das artes como espaço único da liberdade e de criação. A relevância social da cultura, as políticas nacionais e locais, o associativismo, a formação de agentes e de públicos, os critérios de avaliação do sucesso das iniciativas, as formas de divulgação dos eventos, a fruição e a criação, ou os hábitos culturais dos portugueses vão ser também assuntos referenciados na tertúlia, sem esquecer ainda a urgência de práticas mais inclusivas, nomeadamente entre os grupos sociais mais desfavorecidos e nos territórios do interior.
A discussão em torno do envelhecimento e da saúde mental inclui assuntos atuais, tais como o “estigma” associado ao conceito de “idoso” e à própria saúde mental; os riscos da solidão e da relação entre sofrimento mental, envelhecimento e pobreza; o papel da literacia e da proximidade na promoção do bem-estar mental; a relevância das políticas integradas de saúde, em especial para os mais velhos. Ao mesmo tempo, recorda a evolução dos números da esperança média de vida e identifica os desafios sociais que isso implica; põe em causa o conceito de “velhice” e lembra-nos que o envelhecimento é um fenómeno natural que se inicia com o nosso nascimento, daí a necessidade de acautelar boas práticas desde criança.
Mas que práticas serão essas? Esta será, pois, uma reflexão muito necessária, num país que é já um dos mais envelhecidos do mundo e onde o número de idosos passou de 10% para 24% nos últimos 50 anos. A iniciativa vai decorrer na Sala Francisco de Sá Miranda, da Casa Municipal da Cultura.