O mural, instalado no Largo das Ameias, tem 13 metros de largura por 7,5 metros de altura, e é da autoria do artista Mário Belém. A criação é inspirada na lenda da “Batalha de Cobra”, de origem incerta e com várias versões, que narra a história de um cavaleiro apaixonado por uma princesa, que enfrenta uma serpente ameaçadora chamada Coluber. Ao vencer o monstro, o cavaleiro conquista o direito a casar com a princesa, e no local da batalha nasce a povoação de Columber Briga, que mais tarde daria origem a Coimbra.
A obra mostra um cavaleiro levando o seu cavalo, sobre o qual está o corpo da serpente gigante que acaba de ser abatida na batalha. Fica subentendido que o cavaleiro está a fazer a viagem de regresso ao castelo da sua amada, para pedir a sua mão em casamento. A partir da ponta da serpente, nasce um floreado (alusivo aos floreados dos manuscritos iluminados) que simboliza a explosão de cor e vida inerente à fundação de Coimbra como cidade.
As personagens deslocam-se ao longo da margem do rio Mondego e, ao fundo, na margem oposta, podemos ver a silhueta de Coimbra dos dias de hoje. O céu é de pôr de sol, representando assim o belo dia que está por nascer amanhã. O cavaleiro está vestido com uma malha e colete, mas tem uns calções e sapatilhas contemporâneos. Sobre o cavalo podemos ver alguns objetos, uma lança de torneio medieval, uma espada, uma chaleira, uma lanterna (para lhe iluminar o caminho) e um telefone antigo (que reforça o conceito de um relato que é passado de boca em boca, a tal ponto que já nem sabemos qual a sua origem).
O mural dispõe agora, desde ontem, de um QR Code que possibilita aos interessados saberem mais pormenores sobre a lenda da “Batalha da Cobra”.
Esta intervenção, que se insere na intervenção de revivificação da Baixa, soma-se a outras obras de arte urbana que pretendem valorizar a identidade e a memória de Coimbra, reforçando o seu posicionamento cultural e turístico. O projeto mereceu parecer favorável da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, por se localizar em Zona Especial de Proteção da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, classificada como Património Mundial da UNESCO.
Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | Tiago Costa