A inauguração está marcada para 11 de março do próximo ano e tem a curadoria de Miguel Cardina (CES-UC) e de Helena Wakim Moreno (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa). A mostra tem como objetivo dar a conhecer a relevância da delegação de Coimbra da CEI, espaço que funcionou entre 1945 e 1965 e que acolheu numerosos estudantes oriundos das então colónias.
Apesar da dependência financeira face à sede lisboeta, a CEI de Coimbra desenvolveu uma atividade própria, desempenhando um papel fundamental na produção cultural e no processo de politização de uma geração de jovens que mais tarde teria um papel decisivo nos movimentos de libertação e nos processos de independência.
A mostra evidencia, em particular, a atividade cultural desenvolvida a partir da CEI, a afirmação de identidades africanas em contexto colonial, a relação com outros espaços e estruturas de Coimbra e a forma como este meio estudantil contribuiu para transformar a vida política e cultural da época.
Paralelamente à exposição, vai ser dinamizado um programa cultural e pedagógico, dirigido a diferentes públicos, que inclui visitas guiadas e atividades de mediação, concertos, cinema e outras iniciativas artísticas. Estão, igualmente, previstas outras iniciativas académicas e científicas, entre as quais uma mesa-redonda com estudantes afrodescendentes e um colóquio dedicado à CEI de Coimbra, em data a anunciar.
Reconhecendo a relevância histórica, cultural e política da CEI de Coimbra, o protocolo define os termos da coorganização entre as duas entidades. À Câmara Municipal compete assegurar a produção da exposição, incluindo a logística, a montagem e as condições técnicas dos espaços, bem como a programação artística associada e a sua promoção pública. Já ao CES-UC cabe a curadoria científica e cultural, garantindo a investigação, seleção e organização de conteúdos, além da dinamização da vertente académica.