A mostra hoje inaugurada pretende resgatar e reabilitar a memória das comunidades judaicas que habitaram o território urbano, contribuindo para aprofundar o conhecimento de uma história com contornos ainda pouco precisos.
A exposição de longa duração “Judeus de Coimbra | da tolerância à perseguição | memórias e materialidades” vai dar a “conhecer com maior detalhe os judeus de Coimbra”, salientou Manuel Machado. O autarca destacou que esta requalificação vem dar a cidade um novo espaço expositivo. “Achámos que era tempo de acabar com o vazadouro que era este sítio”, afirmou.
A CM Coimbra tem promovido uma política de preservação do património, procurando aumentar a sua visibilidade, fomentando o conhecimento sobre os bens patrimoniais e contribuindo, assim, para a valorização cultural da cidade.
Nesse sentido, a autarquia decidiu recuperar um espaço com mais de 470 anos de história, que começou por acolher os estudos dedicados às artes e às humanidades, mas que adquiriu um valor marcante por se ter tornado no lugar do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, carregando o título de ‘casa do tormento’ até à sua extinção em 1821. Duzentos anos depois, a CM Coimbra dá-lhe uma nova vida e transforma-o num espaço expositivo, patenteando as memórias de um passado triste e marcante através da preservação e valorização contínua deste património.
Este novo espaço expositivo mantém importantes vestígios materiais e carrega memórias das perseguições, torturas e mortes praticadas em nome da defesa da fé e da Igreja, ao longo de um dos capítulos mais negros da história de Portugal, e terá como missão identificar, descodificar, preservar e tornar acessível o legado dos judeus em Coimbra, resgatando-o do esquecimento e valorizando o acervo de testemunhos patrimoniais materiais e imateriais. Uma nova oferta cultural ligada aos valores patrimoniais da cidade, que pretende despertar o interesse quer da comunidade local, quer dos visitantes nacionais e internacionais.
O novo espaço abriu as portas ao público hoje com a exposição “Judeus de Coimbra | da tolerância à perseguição | memórias e materialidades”. Uma mostra que procura acompanhar a história de uma longa presença de judeus no território português – recorde-se que o documento mais antigo que atesta a presença de judeus em território português pertence a Coimbra –, que teve tempos em que a coexistência com cristãos foi relativamente pacífica, mas outros que foram de intolerância e que levaram esta comunidade a uma mera sobrevivência. A exposição desenvolve-se ao longo de 13 painéis onde os textos, em formato bilingue (português/inglês) alternam com as imagens. Ao visitante será, ainda, facultada uma experiência sensorial.
Presentes na inauguração estiveram também o presidente da Assembleia Municipal de Coimbra, Luís Marinho, os vereadores Carina Gomes, Regina Bento, Francisco Queirós, Madalena Abreu e Paula Pêgo, entre outras personalidades e funcionários municipais.
A exposição vai estar patente ao público a partir de hoje, no Pátio da Inquisição, e poderá ser visitada de terça a sábado, das 13h00 às 18h00, encerrando aos domingos, segundas-feiras e feriados. Excecionalmente, estará aberta no próximo domingo, 4 de julho, Dia da Cidade, para duas visitas acompanhadas com início marcado para as 16h30 e 18h00. As inscrições são obrigatórias e devem ser efetuadas através dos números de telefone 239 840 754 e 239 857 525. Está ainda disponível o email museu.municipal@cm-coimbra.pt para quem pretender mais informações.
