A tradição dos casamentos da Rainha Santa Isabel remonta há três décadas e durante anos integrou as Festas da Cidade. A inspiração para esta prática encontra-se na história e na identidade de Isabel de Aragão, que era dotada de um espírito religioso e compassivo, que auxiliou e fundou mosteiros, albergues, e protegeu pobres e cativos.
A 22 de dezembro de 1327 manda lavrar o seu segundo e último testamento, onde patenteia com nitidez o alto nível do seu espírito piedoso. Das doações que esse documento regista, destacou uma carinhosa disposição em favor das noivas que da sua casa casassem. Assim, no seu grande dia deveriam apresentar-se dignamente ornadas, destacando-se o grande alfinete de peito que tinha um camafeu, o diadema de pedras citrinas, o toucado, o oral e o véu. Para o altar, a fim do conjunto ficar completo, iria a «Santa» que era habitual mandar (hoje integrada no Tesouro da Rainha Santa que se encontra no Museu Machado de Castro).
Por vicissitudes variadas, este hábito foi interrompido. Com a retoma dos Casamentos da Rainha Santa, em 2023, a Biblioteca Municipal de Coimbra associa-se ao evento com uma pequena mostra documental, referente aos casamentos celebrados entre 1966 e 1976. Para além de notícias da imprensa da época e fotografias do espólio de Varela Pé Curto, o núcleo expositivo consta, também, de documentos que fazem parte dos processos de organização destes casamentos em 1966 e 1972 e que pertencem ao Arquivo Municipal de Coimbra.
A exposição vai estar patente ao público na Sala do Catálogo/Sala de Empréstimo a partir da próxima segunda-feira, dia 3 de julho, e até 30 de agosto, entre as 10h00 e as 18h30.