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19 Agosto 2019

Câmara aprova voto de pesar pelo falecimento de Louzã Henriques

Câmara aprova voto de pesar pelo falecimento de Louzã Henriques

O executivo da Câmara Municipal de Coimbra aprovou, por unanimidade, na reunião que está em curso, um voto de pesar pelo falecimento de Louzã Henriques, que faleceu no passado dia 29 de julho, aos 85 anos. O voto de pesar foi proposto pelo presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, Manuel Machado, nesta que é a primeira reunião desde o sucedido.

“Foi um cidadão de Coimbra e da Região, abnegado, batalhador e antifascista”, disse Manuel Machado, que acrescentou que a sua vida e obra é “merecedora do reconhecimento da Câmara Municipal de Coimbra”. Os vereadores Francisco Queirós e Madalena Abreu também intervieram juntando a sua homenagem.

 

Membro da República Palácio da Loucura, quando frequentava a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), o psiquiatra Louzã Henriques foi preso várias vezes por razões políticas, durante a ditadura fascista.

 

Em 1958, já então jovem militante do PCP, envolveu-se na candidatura à Presidência da República de Arlindo Vicente e depois, com a desistência deste a favor de Humberto Delgado, apoiou o “General Sem Medo”.

 

Nasceu no Coentral, uma aldeia da Serra da Lousã, no concelho de Castanheira de Pera, mas tem fortes ligações à Lousã, de onde era natural seu pai, Diamantino Henriques, emigrante nos Estados Unidos da América, em cuja casa e quintal a Câmara instalou o Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, acolhendo coleções únicas em Portugal, designadamente de arados, cangas e carros de bois, que pertencem ao patrono e sua família.

 

Em 2013, para assinalar o 80.º aniversário de Louzã Henriques, nascido em 06 de setembro de 1933, a editora Lápis de Memórias, de Adelino Castro, publicou um livro sobre a vida e a obra pública do médico, poeta e intelectual comunista, “Manuel Louzã Henriques – Algures Com Meu(s) Irmão(s)”, baseado numa longa entrevista de Manuela Cruzeiro e Teresa Carreiro e com testemunhos de diversos amigos.

 

Foi condenado a pena maior e medidas de segurança, que cumpriu no Forte de Peniche, agora Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, donde saiu ao fim de três anos e meio.

 

Só depois concluiu a licenciatura e a especialidade em psiquiatria, mas foi impedido de integrar as carreiras médicas.

 

Após o 25 de Abril de 1974, já a exercer a profissão no seu consultório particular, foi convidado a exercer a docência na FMUC, o que fez durante algum tempo.

 

Louzã Henriques recuperou a casa de xisto dos seus antepassados no Candal, na Lousã, onde foi visitado pelo líder comunista Álvaro Cunhal em 1991, no âmbito da comemoração do II Congresso Ilegal do PCP, realizado neste concelho do distrito de Coimbra, no rescaldo da II Guerra Mundial, em 1946.

 

CM Coimbra / LUSA

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