“Este projeto já viveu várias fases e as críticas sobre os avanços e recuos que já sofreu são justas e são óbvias. Devemos, por isso, enquanto governantes, um pedido de desculpas às populações desta região”, afirmou, perante os presidentes dos municípios envolvidos no SMM: Manuel Machado (Coimbra), Miguel Baptista (Miranda do Corvo) e Luís Antunes (Lousã). “Mesmo que alguns dos constrangimentos possam até não ser diretamente imputáveis a quem tinha o poder de decisão, uma coisa é certa: quem não teve culpa de nada foram de certeza as populações”, acrescentou o governante.
“Convém lembrar que a solução de metro ligeiro [prevista desde 1996, ano em que a Metro Mondego foi criada] falhou nas análises económicas e de procura e que, por isso, não foi possível obter financiamento europeu para a sua construção”, explicou ainda o secretário de Estado das Infraestruturas, garantindo que a promessa de “fazer todas as obras e iniciar a operação, de forma faseada, ainda em 2022, concluindo este processo até ao final de 2023, data em que o sistema deverá estar integralmente em serviço”, na cidade de Coimbra e no antigo Ramal ferroviário da Lousã.
“Esta solução que estamos agora a construir com o Metrobus não é a solução que tinha sido prometida inicialmente, com um metro ligeiro, com carril. Mas o que interessa é que do ponto de vista do serviço à população não irá ser muito diferente”, assegurou Jorge Delgado.
A obra na Baixa de Coimbra, para dar passagem aos autocarros elétricos que ligarão o canal do atual troço ferroviário urbano aos Hospitais da Universidade, é a primeira lançada na cidade pela Metro Mondego SA. Uma obra que tem um custo de 3,5 milhões de euros, que implica a abertura do canal do Metrobus e a construção de um edifício-ponte na Rua da Sofia. O secretário de Estado das Infraestruturas lembrou que o Orçamento de Estado de 2020 reserva 22 milhões de euros para o SMM (26% do investimento total do projeto), a executar este ano, recordando ainda que já está a decorrer o concurso para a ligação Serpins – Alto de S. João, que deverá ser adjudicada em breve, e que deverá estar a sair o concurso da ligação Alto de S. João – Coimbra B. O processo do SMM deverá estar concluído até ao final de 2023, referiu Jorge Delgado, “data em que o sistema deverá estar integralmente em serviço”.
“Este é um dia histórico, porque finalmente começámos a percecionar que vale a pena voltar a acreditar no Sistema de Mobilidade do Mondego”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, lamentando os 118 milhões de euros já gastos em “estudos e mais estudos” e acrescentando que “a descrença já era muita e agora é altura de concretizar com obra”. “Agora é tempo de fazer!”, exclamou o autarca.
Já o presidente do Conselho de Administração da Metro Mondego SA, João Marrana, lembrou que “esta intervenção é absolutamente necessária para podermos colocar em serviço o Sistema de Mobilidade do Mondego”.
LUSA / CM Coimbra